Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

ÁFRICA, SEGUNDO CONTINENTE MAIS POPULOSO DO MUNDO

África, como um todo, vem sendo palco de conflitos sangrentos. Este ano de 2008 já começou com distúrbios violentos no Quénia envolvendo grupos étnicos e políticos, com cerca de 1500 mortos só até o final de Março, e cujo estopim foi a acusação de fraude nas eleições do final de 2007. Também eleições e alternância de poder foram o estopim de muita violência e mortes no Zimbabwe, que em meados deste ano ocupou por muitos dias as páginas dos jornais, enquanto Darfur (região no extremo oeste do Sudão) enfrenta há anos a maior crise humanitária do mundo, em que se estima que, desde Fevereiro de 2003, pelo menos 400 mil pessoas já tenham morrido devido à violência, à fome e às doenças decorrentes da falta de infra-estrutura básica.

Segundo continente mais populoso do planeta, a África parece não ter muito peso no mundo globalizado e os média não prestam muita atenção a ela. É como se não tivessem importância os milhares de pessoas desalojadas, refugiadas, mortas e vítimas de violência em consequência de conflitos políticos, e outros tantos milhares de pessoas debilitadas por fome, doenças negligenciadas ou AIDS.

É na África que estão todos os países do mundo que têm baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – índice que foi criado para oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (que considera apenas a dimensão económica do desenvolvimento), e que é publicado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O conceito de Desenvolvimento Humano que está na base do IDH supõe que o nível de desenvolvimento de uma população não é dado apenas pela dimensão económica, mas também por características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.

Estatísticas da Organização Mundial de Saúde e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, veiculadas no jornal African Flame (jornal lançado no Fórum Social Mundial na Índia e que circulou também no Fórum Social Mundial de 2007, em Nairóbi, Quénia), apontam que 8 milhões de africanos morrem por ano de doenças tratáveis. Na África subsahariana, há 40 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da AIDS. Estima-se que mais de 580 mil pessoas morrem de tuberculose por ano, o que representa 35% do total mundial. A malária, doença que mais mata no continente, responde por mais de um milhão de mortes ao ano e estima-se que morram a cada doze meses 4,8 milhões de crianças com menos de cinco anos. E o jornal afirma: um outro mundo livre de doenças é possível.Confira
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