Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 14 de outubro de 2008

ÁFRICA DO SUL: A LIBERTAÇÃO TRAÍDA

A ruptura política na África do Sul está a ser apresentada ao mundo exterior como a tragédia pessoal e a humilhação de um homem, Thabo Mbeki . Isto lembra a beatificação de Nelson Mandela no momento da morte do apartheid. Não se trata de reduzir o poder das personalidades, mas a importância das mesmas muitas vezes serve para desviar a atenção das forças históricas que elas servem e administram. Frantz Fanon tinha isto em mente quando, em Os condenados da Terra, descreveu a "missão histórica" de grande parte da classe dominante pós colonial como "a de intermediário [cuja] missão nada tem a ver com a transformação da nação: ela consiste, prosaicamente, de ser a linha de transmissão entre a nação e um capitalismo, desenfreado embora camuflado".
A queda de Thabo Mbeki não é senão a queda de um sistema económico fracassado que enriqueceu uns poucos e rejeitou os pobres. Os "neoliberais" do ANC por vezes pareciam envergonhados de que a África do Sul, sob muitos aspectos, fosse um país do terceiro mundo
Thabo Mbeki certamente acelerou a sua morte política com suas estranhas censuras sobre o HIV/Sida, sua famosa indiferença e isolamento e os negócios corruptos que pareciam nunca dele se afastar. Foi a premeditada catástrofe económica e social do ANC que ele viu incorrectamente. Para mais provas, vejam-se os Estados Unidos de hoje e os fumos ruinosos do modelo "neoliberal" tão acarinhado pelos líderes do ANC. E cuidado com aqueles sucessores de Mbeki agora a afirmar que, ao contrário dele, eles têm os interesses do povo no coração enquanto continuam as mesmas políticas desagregadoras. A África do Sul merece melhor.
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IMAGEM RETIRADA DO BLOG DE PAULO GRANJO

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