ÁFRICA COM AMOR E RAIVA
Paulina Chiziane,prémio José Craveirinha de 2003 primeira romancista de Moçambique e Marcelino dos Santos,poeta moçambicano, Prêmio Lótus da Associacão de Escritores Afro-Asiáticos participaram, de 6 a 9 de Novembro, na Fliporto - Festa Literária de Porto de Galinhas (Brasil).
À margem deste evento, Paulina Chiziane e Mia Couto, concederam uma entrevista ao Estadão.
"Tanto em Paulina Chiziane como em Mia Couto nota-se certo desânimo pelos rumos que tomou a história de Moçambique desde a declaração de sua independência, em 1975. Consideram que o país perdeu sua capacidade de resistência e que nem a língua nem a cultura portuguesa ajudaram a criar uma identidade para os moçambicanos, que se voltam cada vez mais , negros e brancos, para as tradições e os mitos arcaicos. A África não se questiona mais, "perdeu o sentido crítico de se avaliar", diz Mia Couto, seguindo em coro por Paulina Chiziane, assustada com a “retromania” que empurra Moçambique de volta ao passado.
Ambos, de fato, se complementam e têm opiniões convergentes sobre a estagnação da cultura moçambicana por força de uma crise de identidade que levou africanos a virar agentes da sua colonização. Há, segundo Mia Couto, um certo racismo, ou uma certa hierarquia eurocêntrica que faz os escritores africanos serem colocados à sombra, impedindo que o resto do mundo saiba o que se passa no continente, assumido por seus intelectuais com um sentimento confuso de amor e raiva". Confira aqui
À margem deste evento, Paulina Chiziane e Mia Couto, concederam uma entrevista ao Estadão.
"Tanto em Paulina Chiziane como em Mia Couto nota-se certo desânimo pelos rumos que tomou a história de Moçambique desde a declaração de sua independência, em 1975. Consideram que o país perdeu sua capacidade de resistência e que nem a língua nem a cultura portuguesa ajudaram a criar uma identidade para os moçambicanos, que se voltam cada vez mais , negros e brancos, para as tradições e os mitos arcaicos. A África não se questiona mais, "perdeu o sentido crítico de se avaliar", diz Mia Couto, seguindo em coro por Paulina Chiziane, assustada com a “retromania” que empurra Moçambique de volta ao passado.
Ambos, de fato, se complementam e têm opiniões convergentes sobre a estagnação da cultura moçambicana por força de uma crise de identidade que levou africanos a virar agentes da sua colonização. Há, segundo Mia Couto, um certo racismo, ou uma certa hierarquia eurocêntrica que faz os escritores africanos serem colocados à sombra, impedindo que o resto do mundo saiba o que se passa no continente, assumido por seus intelectuais com um sentimento confuso de amor e raiva". Confira aqui
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