Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 15 de junho de 2009

GAZA: A MAIOR FAVELA DO MUNDO

Para mim, a pátria judaica deveria ter sido estabelecida na Baviera, em 1948. Os alemães, os carrascos e os indiferentes é que deveriam ter pago a conta com suas terras e bens e não os palestinos, que nada tiveram a ver com o Holocausto e que acabaram pagando o pato (e o estão pagando até hoje), por serem vistos pelo Ocidente como um povo de segunda categoria, daquele tipo cujos mortos valem pouco ou nada. O conceito de "sub-homem" (untermënschen) que os nazis alemães levaram ao extremo do extermínio industrial, persiste entre os povos ricos em geral, todos de boa consciência, mas que não dão a mínima para os mortos palestinos, latino-americanos ou africanos que, em geral, fornecem as armas com as quais esses excluídos se matam.
Claro que as atrocidades cometidas pelos alemães são mais bárbaras do que a atitude dos judeus ante os palestinos (tente explicar isso aos palestinos), mas a Faixa de Gaza é inquestionavelmente um gueto, o maior gueto já criado. É um dos territórios mais densamente povoados do planeta, com 1,4 milhão de habitantes para uma área de 360 km2. As condições sanitárias são assustadoras. A área depende de Israel para receber água, electricidade e suprimentos. É cercada por muros e com portões de entrada por onde só transita quem tenha um passe. E isso não apenas do lado judeu, mas também do egípcio. Grande parte da população vive numa das maiores, talvez a maior, favela do mundo.
Não se deve negar a Israel o direito a existir, mas o fato é que qualquer república baseada em religião e exclusão só gerará violência.
Reporto-me a Ghandi, que dizia que a política de retaliação, o olho por olho, só terá como resultado a cegueira geral. A impressão que tenho é que Israel busca uma posição de força para tentar enfraquecer o Hamas, aproveitando os estertores do apoio incondicional da era Bush. Mas será que Obama vai transformar essa realidade? Se o fizer será uma espécie de messias, o que duvido...
Excertos da análise do jornalista Fritz Utzeri, publicada
aqui e aqui

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