Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 16 de julho de 2009

BARACK OBAMA E O GOLPE NAS HONDURAS


Barack Obama projectou uma imagem aceitável nos âmbitos internacionais; mesmo Fidel Castro reconhece isso. Porém, sua retórica está em conflito com seu poder real. Obama ganhou a presidência dos EUA; porém, não o poder imperial. Não controla nem o Pentágono, nem a política exterior (Carmelo Álvarez)


É frustrante e amargo perceber as realidades que rodeiam a presidência dos Estados Unidos. Às vezes penso que Obama sente-se muito mais cómodo na presidência do que George W. Bush. Era evidente o rosto incómodo e o sofrimento penoso de Bush durante sua presidência!
Chegar até a Sala Oval da Casa Branca não é um processo simples. Imagino que quando se chega ali, coça-se a cabeça e diz-se: "Meu Deus, onde me meti". Estou quase certo de que Obama fez essa mesma pergunta.
Devo sublinhar algo: tenho simpatia por Obama como pessoa. É inteligente. E a presidência não o incomoda. Porém, sejamos honestos, a presidência dos EUA não obedece a um indivíduo; nunca foi assim. É uma instância manejada por poderes justapostos e rodeados por múltiplos interesses que têm poderes económicos extraordinários
Barack Obama projectou uma imagem aceitável nos âmbitos internacionais; mesmo Fidel Castro reconhece isso. Porém, sua retórica está em conflito com seu poder real. Obama ganhou a presidência dos EUA; porém, não o poder imperial. Não controla nem o Pentágono, nem a política exterior. Esse é o verdadeiro poder em Washington. O Congresso e o Senado obedecem, na maioria dos casos, a esses interesses mais do que aos ditames da Casa Branca.
O poder imperial dos Estados Unidos é mais do que uma presidência; é um monstro, dizia nosso José Martí. Enquanto isso, esperaríamos um giro em Honduras que nos surpreendesse e que demonstrasse a cortesia e a dignidade presentes na tentativa, apesar de tímida, de chegar a processos democráticos. Não sou muito optimista. Uma vez mais, os Estados Unidos demonstram do que são capazes para manter seu poderio: recorrer à hipocrisia, à mentira e à extorsão, para continuar imperando. Essa tem sido sua estratégia. Os impérios não mudam tão facilmente.(excertos
daqui)

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