Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 12 de dezembro de 2009

ENTREVISTA DO EX-LIDER GUERRILHEIRO PEPE MUJICA

Excertos duma entrevista à Agência Senado, concedida pelo ex-líder guerrilheiro tupamaro e presidente eleito do Uruguai, José “Pepe” Mujica:
Como o senhor define a diferença entre antigo guerrilheiro e o novo presidente do Uruguai?
Quatro décadas são muito tempo, muitas coisas aconteceram no mundo, na América. Há quarenta anos, queríamos consertar o mundo. Agora, tentamos melhorar o caminho da nossa casa. Somos mais humildes, mais modestos. O mundo continua esperando.
Como vê as diferenças entre a esquerda representada pelos presidentes do Brasil e do Chile, Luiz Inácio Lula da Silva e Michelle Bachelet, e da Venezuela, Hugo Chávez?
Eu acho que o verdadeiro julgamento se dá a partir de resultados, não com as declarações ou com as medidas. Se favorece as pessoas mais humildes, se contribui para elevar o fundo da sociedade, será de esquerda. Se não consegue isso, será uma boa intenção, mas a esquerda falhou. Porque a esquerda é solidariedade, é lembrar dos mais fracos. Pode haver caminhos e métodos distintos. A verdade é que, no mundo em que estamos, se constroem estereótipos. Por exemplo, no meu caso, de guerrilheiro. Nós não fomos guerrilheiros, éramos políticos com armas. É diferente. Por isso, prefiro respeitar cada um dos países, que têm seus caminhos, seus modelos. O Caribe é diferente, a América Central e o rio da Prata são diferentes. No Uruguai, a vida humana vale muito, no Caribe vale menos.
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