SEM MEMÓRIA NÃO HÁ FUTURO
É este o actual estado de degradação em que se encontra a Vila Algarve, edifício sede da PIDE no Maputo! Por aqui passaram milhares de moçambicanos que o único crime que cometeram foi o ter nascido negros! Uma parte significativa dos detidos não tinha quaisquer ligações à FRELIMO! Era a detenção arbitrária, e aos magotes, com o fito de provocar o pânico e matar o jacaré na margem. Depois surgiam os interrogatórios e a tortura. Quando se apercebiam, eventualmente, dos “lapsos cometidos” receavam, por razões óbvias, devolver os cidadãos à liberdade. As cadeias da PIDE possibilitaram, assim, o despertar da consciência nacionalista e politica de milhares de cidadãos moçambicanos.
Paradoxalmente, a tortura e a morte de cidadãos moçambicanos, nas cadeias daquela policia sinistra, não comoveu, ao que julgo saber, as autoridades moçambicanas. A reunião-julgamento com os ex-presos políticos é um testemunho tristemente célebre!
O abandono da Vila Algarve, confirma, infelizmente, a indiferença e a recusa em preservar a memória da resistência anti-colonial. Será que na perspectiva do Poder, os combatentes da liberdade reduzem-se aos que pegaram em armas, incorrendo-se assim num grosseiro e indesculpável erro histórico?
Na capital do “ Império”, no local da sede da PIDE, em Lisboa, construiu-se um condomínio de luxo! Um grupo de cidadãos reage e surge, em 2005, O Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”, como resposta à exigência da salvaguarda, investigação e divulgação da memória da resistência antifascista .
Paradoxalmente, a tortura e a morte de cidadãos moçambicanos, nas cadeias daquela policia sinistra, não comoveu, ao que julgo saber, as autoridades moçambicanas. A reunião-julgamento com os ex-presos políticos é um testemunho tristemente célebre!
O abandono da Vila Algarve, confirma, infelizmente, a indiferença e a recusa em preservar a memória da resistência anti-colonial. Será que na perspectiva do Poder, os combatentes da liberdade reduzem-se aos que pegaram em armas, incorrendo-se assim num grosseiro e indesculpável erro histórico?
Na capital do “ Império”, no local da sede da PIDE, em Lisboa, construiu-se um condomínio de luxo! Um grupo de cidadãos reage e surge, em 2005, O Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória!”, como resposta à exigência da salvaguarda, investigação e divulgação da memória da resistência antifascista .
3 comentários:
Caro Agry
Fiquei chocado com a foto e com os acontecidos em Moçambique, terra que conheci clandestinamente lá pelos idos de 1973. É terrível perder a memória e com isso a perspectiva histórica. Esse processo de "apagamento" é um dos subprodutos do neocolonialismo imperialista cultural.Como as ideologias não existem mais, por que recordar tristezas e dores? É a chave para se entender tal prática, pois, um país sem memória histórica jamais sistematizará a sua luta como uma válida experiência popular, algo negado quando tentam eliminar qualquer conteúdo político ao movimento de libertação nacional da FRELIMO e de seus líderes como Samora Machel. O neocolonialismo também fez o seu aggiornamento cultural e hoje prega a "revisão histórica" como forma de pacificar e unir que querem manter desunido e em luta. É o que vejo aqui do outro lado do mundo.
Como esse tantos outros edificios parecem sumir de nossa memoria. Cafes colonias que viram bancos, edificios seculares que acabam em grandes edificios...enfim...Como falar de desenvolvimento sustentavel onde nem as memorias sao guardadas para os que estao por vir?
Bjs meus
o edificio foi atribuido. em tempos ouvi dizer que também atribuído foi um financiamento para a sua recuperação. Náo é, portanto, um caso de abandono e esquecimento. Será mais o fluir do real ...
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