Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL

TAPAR O SOL COM PENEIRA
Esta crise nada tem de novo. Pelo contrário, é endémica, cumulativa, crónica e permanente; e suas manifestações são o desemprego estrutural, a destruição ambiental e as guerras permanentes. (István Mészáros)
O empobrecimento, de quem trabalha, cresce e, contrariamente ao que Sócrates e Passos Coelhos defendem, o desenvolvimento económico não pode cavalgar perpetuamente à custa dos sacrifícios e da exploração dos mesmos de sempre.
Vive-se uma crise estrutural que se vai aprofundando e cuja ultrapassagem não se confina a um qualquer orçamento de um qualquer bloco central.
A crise sistémica foi-se propagando e a tendência é invadir todos os domínios da nossa vida social, económica e cultural. Não adianta ocultar o sol com uma peneira.
A grande crise económica de 1929-1933 é um simulacro quando confrontada com a actual.
O colapso do sistema financeiro não é a causa, mas sim um sintoma (entre outros) da crónica enfermidade de que padece a economia mundial.
Os indicadores económicos apontam para o aprofundamento do definhamento na chamada ‘economia real’ , desmistificam e confirmam a inevitabilidade das crises no quadro duma economia ao serviço de poucos: “é endémica, cumulativa, crónica e permanente” , como diz Mészáros.
O capitalismo tem séculos de existência, já se esgotou há muito como modelo de desenvolvimento ideal. É ao nível das relações de produção e da distribuição da riqueza que radicam as verdadeiras razões da sua agonia permanentemente adiada.
Exigir de quem trabalha mais e mais sacrifícios para logo a seguir estender-se-lhes uma mão cheia de nada tem sido a constante das sociedades ditas desenvolvidas.
É preciso inverter esta situação, é tempo de dizer basta a esta promiscuidade, é necessário tornar possível o impossível e construir um mundo com direitos e mudar o rumo do desenvolvimento que deve ser superior em termos de justiça social, eficiência e racionalidade económica, maior democracia e participação social e cultural.
A caminhada é longa e a disponibilidade para lutas globais já se iniciou.
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