Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HAITI: UM MILHÃO DE PESSOAS ESTÁ A MORRER LENTAMENTE

UMA CIDADE DE TENDAS

Nove meses depois, o Haiti continua como se o terramoto tivesse acontecido no mês passado. Nem um cêntimo da ajuda prometida pelos EUA para a reconstrução chegou ao Haiti.

A Associated Press dá conta que apenas 2 por cento do entulho foi removido, só 13 000 abrigos temporários foram construídos. Nem um cêntimo da ajuda prometida pelos EUA para a reconstrução, chegou ao Haiti

Não há comida. As crianças passam uma fome horrível. A ajuda alimentar acabou em Abril e nada surgiu em sua substituição. As autoridades cortaram a alimentação para que as pessoas abandonassem os acampamentos, mas para irem para onde?

É difícil encontrar água. Para as pessoas do Parque Petion, a água é distribuída por um camião num sítio central, um bloco ou dois adiante, no meio de vários acampamentos. Milhares de pessoas fazem bicha duas vezes por dia para conseguir água antes que ela se esgote

As pessoas tossem, fungam, e têm os olhos a lacrimejar. Os bebés estão quase sempre quietos e silenciosos.

Não é possível manter as crianças dentro das tendas sufocantes. Brincam no meio da lama.

A violência sobre mulheres e raparigas generalizou-se. As mulheres que têm de sair à noite para ir às casas de banho são atacadas. Quando vão à polícia pedir para que investigue, os agentes pedem-lhes dinheiro para gás.

Estima-se que existam 1.300 acampamentos de pessoas sem casa no Haiti. Os sem-abrigo vivem, literalmente, onde quer que seja. Há pessoas acampadas no meio de ruas.

As menos afortunadas, e são muitas, vivem debaixo de folhas secas amontoadas entre estacas de madeira feitas com galhos de árvore.

(excertos duma análise de Bill Quigley, que pode ser lido aqui)

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