Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AS CATÁSTROFES NO RIO E A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Cheias Rio de Janeiro

Mais de quinhentos mortos e não se sabe quantos feridos. Este é o saldo das catástrofes que estão ocorrendo no Rio de Janeiro. Saldo é um modo de dizer, pois as chuvas ainda não cessaram.

Os especialistas chamados para analisar o problema propõem obras: alguns deles não têm pejo em culpar as vítimas. Mas no problema real, ninguém toca: a especulação imobiliária.

As vítimas das chuvas não moram em áreas de risco por vontade própria, mas porque o preço do terreno é tão caro que não lhes resta alternativa.

Enquanto esse problema não for resolvido, a construção de casas populares não terá o menor efeito. Transferidos os moradores para essas casas, o terreno que abandonaram será ocupado no dia seguinte.

Quem deseja, de fato, solucionar o problema precisa atacar a questão da especulação imobiliária.

Como se sabe, o numero de imóveis desocupados no Rio de Janeiro – como em várias outras cidades do país - é superior ao de famílias sem teto. (excertos de editorial Quousque Tandem do Correio da cidadania)