Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 17 de maio de 2011

O MEDO

LUTA CONTRA O DESEMPREGO

O terror invisível: “esse é o terror da fome, da pobreza, da ignorância, o terrorismo do desespero perante a impossibilidade de mudar a vida” (Mia Couto)
o temor constante
de perder o emprego,
a casa,a saúde,
a educação dos filhos
o pão de todos-os-dias
a reforma
muros de medo
a subserviência,canina
os camaleões
pratos de lentilhas
escória da sociedade
capitulação
fosso de desigualdades
repressão musculada
o medo, muros de medo
alimentadores dos poderes
das consciências,os impérios
os aparelhos, o voto,
os eleitos,
parasitariamente instalados

o medo
raíz da violência
basáltica como o ódio
naturalizado
restritivo, silencioso
manipulador
repressivo, reprodutor
excludente
o medo
gerador de revolta
de protestos e desespero
construtor de utopias
capital de esperança
convertido, audaz
desmistificador
determinado
reinterpretador do presente
devolve e alimenta
a esperança num futuro
sem medo

RETIRADO DE POESIA DE AGRY

Sem comentários: