ELEIÇÕES, OPINIÓLOGOS E ALTERNÂNCIA
A inevitabilidade da alternância, sustentada por opiniólogos cá da praça, é um subproduto dum marketing tipicamente lusitano desenhado a custos verdadeiramente indecorosos e suportados por um país que definha a olhos vistos.
Os efeitos secundários do receituário neoliberal, sustentáculo dos partidos alternadeiros, aliado aos danos provocados por uma incultura gerada por décadas de repressão, contribui decisivamente para a modorra dum eleitorado aparentemente rebelde.
Os média, particularmente os audiovisuais, fortemente empenhados no derrube e secundarização de forças progressistas e/ou antissistémicas, assumiram zelosamente o papel de vanguarda dos grandes grupos económicos, verdadeiras colónias culturais, e desenvolveram a cruzada a favor da tese alternadeira, braço politico da ideologia do capitalismo financeiro e económico.
Quem nunca assistiu a demonstrações de ironia boçal na adjectivação e no sorriso mordaz a propósito de noticias ou comentários sobre as conhecidas e ostracizadas forças incómodas? As referências à esquerda obedecem a um ritual impregnado de preconceitos primários. Neste domínio, a iliteracia e a parcialidade dos opiniólogos de serviço é, de facto, confrangedora.
A esta colonização deve responder-se com o combate ideológico nomeadamente através do recurso aos media alternativos articulados, ou não, em frentes comuns. È um trabalho a prazo, paciente, determinado e desprendido em oposição ao mercenarismo anticultural
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