A HISTÓRIA VOLTOU PARA AS RUAS
No início dos anos 90 obteve grande repercussão mediática a tese do "fim da História", elaborada por Francis Fukuyama, economista, professor de Filosofia Política e um dos principais ideólogos dos anos Reagan. Segundo essa tese, a História teria chegado ao fim com a queda do Muro de Berlim e a derrocada da União Soviética. Esses dois acontecimentos marcariam a vitória definitiva da democracia liberal e do modelo de civilização liderado pelos Estados Unidos. Mas a História costuma ridicularizar esse tipo de profecia determinista que pretende ditar os rumos do mundo. (Marco Aurélio Weissheimer)
O admirável mundo novo prometido pela globalização financeira resultou numa das mais graves crises da economia ocidental. Por uma dessas ironias que a História parece gostar de praticar as receitas económicas amargas de austeridade impostas a países da América Latina, Ásia e África hoje adoptadas nos Estados Unidos e na Europa como suposta solução para a crise económica. Bilhões de dólares foram pelo ralo com os negócios do casino financeiro global. O Estado, apresentado até então pelos defensores deste sistema, como um gigante a ser diminuído, foi chamado a socorrer grandes bancos e instituições financeiras privadas. Quem pagou o socorro foram os contribuintes que agora são chamados a apertar os cintos para pagar essa conta. A crise económica que atingiu os EUA e a Europa repercute-se, é claro, em todo o mundo.
No plano político, o mundo vive também um período de turbulência, consequência directa dessa crise económica. Há apenas alguns meses, ninguém se atreveria a prever a eclosão de múltiplas revoltas populares em países do Oriente Médio, de África e, mais recentemente, da Europa. Governos que eram apontados como padrão de estabilidade, como é o caso do Egipto, foram obrigados a renunciar em poucas semanas. A guerra da Líbia levou os EUA e seus aliados europeus a se envolverem em mais um conflito armado na região mais instável do planeta. A combinação da instabilidade política com a crise económica constitui um caldo de cultura explosivo de consequências imprevisíveis. Na Europa, milhares de jovens estão saindo às ruas em diversos países em protesto contra o desemprego, a falta de perspectivas e a falência do sistema político tradicional. Nos últimos meses, as manifestações ruas multiplicaram-se pela Islândia, Grécia, Inglaterra, Espanha e Portugal, entre outros países.
Diante desse conjunto de problemas e da crise das representações políticas tradicionais, as ruas voltaram a ser um espaço de manifestação e debate público.
No plano político, o mundo vive também um período de turbulência, consequência directa dessa crise económica. Há apenas alguns meses, ninguém se atreveria a prever a eclosão de múltiplas revoltas populares em países do Oriente Médio, de África e, mais recentemente, da Europa. Governos que eram apontados como padrão de estabilidade, como é o caso do Egipto, foram obrigados a renunciar em poucas semanas. A guerra da Líbia levou os EUA e seus aliados europeus a se envolverem em mais um conflito armado na região mais instável do planeta. A combinação da instabilidade política com a crise económica constitui um caldo de cultura explosivo de consequências imprevisíveis. Na Europa, milhares de jovens estão saindo às ruas em diversos países em protesto contra o desemprego, a falta de perspectivas e a falência do sistema político tradicional. Nos últimos meses, as manifestações ruas multiplicaram-se pela Islândia, Grécia, Inglaterra, Espanha e Portugal, entre outros países.
Diante desse conjunto de problemas e da crise das representações políticas tradicionais, as ruas voltaram a ser um espaço de manifestação e debate público.
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