Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A GREVE DE TRANSPORTES E OS 31 MAGNÍFICOS



Num exercício de apologética do neoliberalismo, ancorado numa demagogia subserviente, rastejante, viscosa, 31 quadros do Metro do Porto mendigam visibilidade ao demarcarem-se ,com toda a popa e circunstância, da greve dos transportes públicos. Não lhes basta o direito de poderem não fazer greve: o que subjaz à divulgação do comunicado entregue à Lusa? acenarem ao Governo a sua disponibilidade para integrarem uma solução de desmantelamento do serviço público de transportes? Por que caminham em bicos dos pés?
Representam ou julgam representar quem? O tio Belmiro, o Amorim da Galp? os trabalhadores do Metro, o pessoal do Porto ou, melhor ainda, as populações fustigadas pelo desemprego, pelo despedimento em massa e pela ameaça da destruição do SNS? Ou pelo contrário, representam apenas as suas sórdidas ambições?
Este alarido é típico de militantes e teóricos da intolerância e do pensamento único, resquícios dum passado salazarento apoiado numa rede tentacular de delatores. O seu horizonte político e de irracionalidade é unidimensional, egocêntrico e paroquial. Estão imunizados à ideia de progresso e de justiça social. São parasitoses: preocupantes, sobretudo porque pretendem envenenar e dividir os trabalhadores: são a guarda avançada do totalitarismo neoliberal na luta pela destruição do Estado Social. Estão discricionariamente ao serviço da manutenção da ordem vigente e na preservação das mais clamorosas desigualdades sociais.
Para além do pensamento expresso no comunicado distribuído à Lusa, que outras ideias têm da sociedade, da vida, dos trabalhadores que se tornam cada vez mais descartáveis, sem emprego e futuro, estes 31( trinta e um) porta-vozes dum mundo decrépito, que tem sobrevivido à custa do saque e da ocupação?

APOSTILA:A Comissão de Trabalhadores (CT) da STCP acusou hoje os quadros da Metro do Porto, que apresentaram razões para não aderir à greve, de estarem a "colocar todos os trabalhadores das empresas públicas de transportes em cheque".
Para a CT, os 31 quadros da Metro que, na terça-feira, deram a conhecer "oito razões" para não fazerem greve, "auto-intitulam-se como se fossem uma casta superior a todos os demais trabalhadores das empresas públicas de transportes".
Em comunicado enviado à Lusa, a CT entende que, com essa atitude, os quadros da Metro chegaram mesmo a "colocar em causa o profissionalismo, competências e até o patriotismo" dos trabalhadores das empresas públicas de transportes, considerando ser "inaceitável" que o tenham feito no dia da greve nacional dos transportes.(Agência Lusa)

Sem comentários: