HONORIS CAUSA A ADRIANO MOREIRA
Adriano Moreira foi distinguido ontem, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Mindelo. A Associação Cabo-Verdiana de Ex-Presos Políticos considera o ato um “insulto”, “porque foi ministro do Ultramar e foi sob a sua liderança que o campo de concentração do Tarrafal foi reaberto”. Adriano Moreira nega, mas a portaria comprova.Numa opinião, publicada no blogue Entre as brumas da memória de Joana Lopes e com o título “A amnésia do leão é a glória do caçador”, Diana Andringa realça:
“Não pondo em causa as qualidades académicas do Professor-Doutor Adriano Moreira, não posso deixar de pensar que conceder-lhe o Doutoramento Honoris Causa no Dia Internacional dos Direitos Humanos, tendo sido ele o autor da Portaria 18.539, de 17 de Junho de 1961, que instituiu o Campo de Trabalho de Chão Bom – onde estiveram presos, em condições de inumanidade, mais de duas centenas de nacionalistas de Angola, Guiné e Cabo Verde – é, além de uma notável demonstração de humor negro, uma afronta à memória dos homens e mulheres que lutaram pela libertação dos seus países do jugo colonial português. Não se trata de perpetuar ódios, mas de respeitar a memória das vítimas.”
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