Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quarta-feira, 6 de junho de 2012

PROXENETISMO LABORAL


É com o modo de produção capitalista que emerge a coisificação de homens e mulheres, transformados em meras forças de trabalho como mercadoria. Este é o princípio constitutivo da sociabilidade burguesa. O avanço do mercado na vida social – que se dá sob a era neoliberal - só fortalece este principio social estranhado. Na medida em que ocorre a coisificação de homens e mulheres, que se tornam meros meios para fins particularistas, instaura-se, com vigor, o império da manipulação social. (Giovanni Alves)


Abebe Selassie, chefe da missão da troika em Portugal, considera que o país precisa de investir em educação e inovação e que a resolução dos problemas do país vai bem para lá do corte dos salários. Este representante do capital financeiro, refere que o desemprego elevado continua a ser a principal preocupação da troika e do Governo, e que são necessárias medidas adicionais para o mercado de trabalho, nomeadamente:
1-Nem todas as empresas podem aumentar salários.
2 –Devem-se evitar mecanismos que aumentem salários de forma automática, etc.etc.

Num País ocupado, o  instinto predador de empresários da treta, gera situações de verdadeira barbárie social. Apenas um exemplo:
A empresa Parfois (Bijuteria e Acessórios), em Campo de Ourique, em Lisboa, recusou emprego a uma candidata com a alegação de não ter concluído a licenciatura  uma vez que  ainda lhe falta uma cadeira. Acresce que o salário proposto era de cerca de €200,00 para um horário semanal de 16horas. Nesta data, a vaga ainda não foi preenchida talvez por ainda não ter surgido um candidato com a licenciatura completa!
Este cenário indecoroso põe a nu a apetência insaciável e boçal de empregadores sem escrúpulos, defensores acérrimos da importância e da inevitabilidade de alterações à legislação do trabalho e quiçá aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Esta grosseria apresenta- se como um desafio, uma afronta, uma provocação gratuita, uma séria ameaça à dignidade de quem vive do seu trabalho, e configura uma atitude de proxenetismo laboral.
Esta arrogância, este apelo ao retrocesso social, esta campanha miserável contra os trabalhadores, exige uma resposta enérgica e um combate sem tréguas.

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