PROXENETISMO LABORAL
É com o modo de produção capitalista que emerge a coisificação de homens e mulheres, transformados em meras forças de trabalho como mercadoria. Este é o princípio constitutivo da sociabilidade burguesa. O avanço do mercado na vida social – que se dá sob a era neoliberal - só fortalece este principio social estranhado. Na medida em que ocorre a coisificação de homens e mulheres, que se tornam meros meios para fins particularistas, instaura-se, com vigor, o império da manipulação social. (Giovanni Alves)
Abebe Selassie, chefe da missão da
troika em Portugal, considera que o país precisa de investir em educação e
inovação e que a resolução dos problemas do país vai bem para lá do corte dos
salários. Este representante do capital financeiro, refere que o desemprego elevado
continua a ser a principal preocupação da troika e do Governo, e que são
necessárias medidas adicionais para o mercado de trabalho, nomeadamente:
1-Nem todas as empresas podem aumentar salários.
2 –Devem-se evitar mecanismos que aumentem salários
de forma automática, etc.etc.
Num País ocupado, o
instinto predador de empresários da treta, gera situações de verdadeira
barbárie social. Apenas um exemplo:
A empresa Parfois (Bijuteria e Acessórios), em Campo de Ourique, em Lisboa,
recusou emprego a uma candidata com a alegação de não ter concluído a
licenciatura uma vez que ainda lhe falta uma cadeira. Acresce que o
salário proposto era de cerca de €200,00 para um horário semanal de 16horas.
Nesta data, a vaga ainda não foi preenchida talvez por ainda não ter surgido um
candidato com a licenciatura completa!
Este cenário indecoroso põe a nu a apetência
insaciável e boçal de empregadores sem escrúpulos, defensores acérrimos da
importância e da inevitabilidade de alterações à legislação do trabalho e quiçá
aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Esta grosseria apresenta- se como um desafio, uma
afronta, uma provocação gratuita, uma séria ameaça à dignidade de quem vive do
seu trabalho, e configura uma atitude de proxenetismo laboral.
Esta arrogância, este apelo ao retrocesso social,
esta campanha miserável contra os trabalhadores, exige uma resposta enérgica e
um combate sem tréguas.
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