AMÍLCAR CABRAL FOI ASSASSINADO HÁ 40 ANOS
Amílcar Cabral nasce em Bafatá, na Guiné-Bissau, a 12 de
Setembro de 1924. Em 1945, depois de ter frequentado o Liceu de São Vicente,
onde escreve os primeiros cadernos de poesia, parte para a “metrópole” com uma
bolsa de estudo para o Instituto Superior de Agronomia. Em Lisboa, participa
com outros estudantes das colónias portuguesas em actividades orientadas para a
descoberta da cultura africana, nomeadamente na Casa dos Estudantes do Império
É um dos fundadores, com Mário Pinto de Andrade e
Francisco José Tenreiro, do Centro de Estudos Africanos, que reúne a partir de
1951 na casa de família de Alda do Espírito Santo. Nestes encontros nasce o
movimento literário da “Negritude”, e dá-se a afirmação da identidade africana
- fase que Cabral viria a descrever como a “reafricanização dos espíritos”
Em 1952 o engenheiro agrónomo chega ao seu país de origem
e, como técnico ao serviço da administração colonial, realiza o Recenseamento
Agrícola da Guiné, que lhe dá um conhecimento profundo da população e da sociedade
guineense, essencial para a estratégia de guerrilha que viria a adoptar durante
a luta de libertação
A 19 de Setembro de 1956 cria clandestinamente o Partido
Africano da Independência, em Bissau, e inicia a fase de mobilização política
sob o pseudónimo de Abel Djassi.. Desenvolve rigorosamente o processo de
crítica e julgamento do colonialismo português denunciando os seus crimes no
plano internacional. Em 1963, frustradas todas as tentativas de diálogo com o
poder colonial português, determina a passagem da acção diplomática à luta
armada.
Em 1968, Amílcar Cabral descreve a Guiné como um Estado
independente com uma parcela do território nacional, circunscrita aos centros
urbanos, ocupada por forças estrangeiras – e consagra os últimos anos da sua
vida a lutar por esse estatuto jurídico.
No plano teórico desenvolve a ideia de resistência cultural como uma arma contra o colonialismo. A luta armada de libertação nacional significava para Cabral, simultaneamente, um facto e factor de cultura, e o verdadeiro regresso do povo à sua história, sem o qual não poderia alcançar a emancipação e independência. O sonho da unidade entre a Guiné e Cabo Verde, que o acompanhou ao longo da vida, não se chegou a concretizar após a libertação.
No plano teórico desenvolve a ideia de resistência cultural como uma arma contra o colonialismo. A luta armada de libertação nacional significava para Cabral, simultaneamente, um facto e factor de cultura, e o verdadeiro regresso do povo à sua história, sem o qual não poderia alcançar a emancipação e independência. O sonho da unidade entre a Guiné e Cabo Verde, que o acompanhou ao longo da vida, não se chegou a concretizar após a libertação.
1 comentário:
...diz-me tanto este capítulo africano...
Tinha acabado de chegar a essa guerra estúpida, para libertar não sei o quê, e provocar não sei o quê...
Ainda hoje o lembro...e o curioso é que vejo agora, também muitos inimigos, que no tempo se diziam amigos desse grande lutador, por um povo livre.
A vida continua. Ainda bem, que "consciências" como a tua, vão lembrando pedaços dessa história de valores, que sucumbiram, pelos devaneios criminosos de mentes sem valor.
Abraço!
Enviar um comentário