Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MOÇAMBIQUE E O PODER




Todos os problemas humanos exigem ser considerados com base no tempo, sendo o ideal que o presente sirva sempre para construir o futuro. E esse futuro não é o do cosmos, mas sim o do meu século, do meu país, da minha vida.. (…) Pertenço irredutivelmente à minha época. E é para ela que devo viver. O futuro deve ser uma construção sustentada do homem existente. (Frantz Fanon, Pele Negra Máscaras Brancas)


Não é fácil estabelecer uma linha divisória entre a RENAMO e a FRELIMO actual. O neoliberalismo, eufemisticamente designado de multipartidarismo, é o traço de união entre estas forças políticas.
Os conflitos entre estes partidos foram formalmente dirimidos com o Acordo Geral de Paz. As divergências mantiveram-se por razões que a razão não entende. Quer a FRELIMO quer a RENAMO pararam no tempo no que se refere ao juízo que cada um faz do outro partido, isto é: Para o partido de Guebuza a RENAMO é sinónimo de bandidos armados. Para Dlakama a FRELIMO é um partido comunista responsável por todas as desgraças que invadiram o país.
Estes equívocos que preenchem o debate político serão a causa de crises políticas artificiais as quais assumem a forma de verdadeiro fait divers.
Convém recordar que a FRELIMO já meteu na gaveta da história os princípios do marxismo e converteu-se ao modelo neoliberal. Paradoxalmente, os seus principais dirigentes são empresários de sucesso no país de Samora.
Quanto à RENAMO, partido auto-proclamado de direita e pai da democracia é assumidamente o principal responsável pelo regresso do capitalismo.
Não é autoproclamação que faz com que uma força política esteja ao serviço das populações e do país. O critério que permite avaliar um Partido é a prática, nomeadamente a forma como interage e responde aos anseios dos cidadãos. O resto é folclore, é populismo, é demagogia em doses mais ou menos maciças.
IMAGEM retirada do Diário de um Sociólogo

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