MOÇAMBIQUE E O PODER
Todos os problemas humanos exigem ser considerados com base no tempo, sendo o ideal que o presente sirva sempre para construir o futuro. E esse futuro não é o do cosmos, mas sim o do meu século, do meu país, da minha vida.. (…) Pertenço irredutivelmente à minha época. E é para ela que devo viver. O futuro deve ser uma construção sustentada do homem existente. (Frantz Fanon, Pele Negra Máscaras Brancas)
Não é fácil estabelecer uma linha divisória entre a RENAMO e a FRELIMO actual. O neoliberalismo, eufemisticamente designado de multipartidarismo, é o traço de união entre estas forças políticas.
Os conflitos entre estes partidos foram formalmente dirimidos com o Acordo Geral de Paz. As divergências mantiveram-se por razões que a razão não entende. Quer a FRELIMO quer a RENAMO pararam no tempo no que se refere ao juízo que cada um faz do outro partido, isto é: Para o partido de Guebuza a RENAMO é sinónimo de bandidos armados. Para Dlakama a FRELIMO é um partido comunista responsável por todas as desgraças que invadiram o país.
Estes equívocos que preenchem o debate político serão a causa de crises políticas artificiais as quais assumem a forma de verdadeiro fait divers.
Convém recordar que a FRELIMO já meteu na gaveta da história os princípios do marxismo e converteu-se ao modelo neoliberal. Paradoxalmente, os seus principais dirigentes são empresários de sucesso no país de Samora.
Quanto à RENAMO, partido auto-proclamado de direita e pai da democracia é assumidamente o principal responsável pelo regresso do capitalismo.
Não é autoproclamação que faz com que uma força política esteja ao serviço das populações e do país. O critério que permite avaliar um Partido é a prática, nomeadamente a forma como interage e responde aos anseios dos cidadãos. O resto é folclore, é populismo, é demagogia em doses mais ou menos maciças.
IMAGEM retirada do Diário de um Sociólogo
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