Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 26 de outubro de 2014

O SANEAMENTO DO JORNALISTA BAPTISTA BASTOS






A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento.” Milan Kundera
Considerado um dos maiores prosadores portugueses contemporâneos, Baptista Bastos foi recentemente saneado “de um dia para o outro, através de telemóvel. Foi um saneamento típico", conta.


Estamos assim perante mais uma tentativa de amordaçar e silenciar uma voz crítica. Um dos maiores grupos de Media em Portugal, Controlinveste Conteúdos S.A., é a entidade responsável por esta atitude desprezível, autoritária, anticultural e antidemocrática.
A liberdade escreve Baptista Bastos “tem sido espezinhada em nome de uma paz falaciosa. A nossa comunicação social, neste como em numerosos e vários casos, emudece, ou faz pender a balança da informação e da análise para um só lado. Não é só um erro profissional: é uma estrebaria moral, um ultraje deontológico e uma perfídia abjecta.
O descrédito que tombou sobre a nossa Imprensa, a quebra avassaladora das tiragens, deve-se, grandemente, à perda dessa unidade fundamental entre o jornal e o leitor.
Muitos portugueses lêem e falam francês, inglês e alemão.
É absurdo ignorar esta vertente do conhecimento. Encontram na Imprensa estrangeira o que nem por sombras é publicado na de cá. Haverá "felicidades diferentes", como reconhecia Camus”.
“O Império Chinês, reconhecia há muitos séculos a necessidade da crítica autorizada e criou, assim um Conselho de Censores constituído por homens reputados pela sua erudição e sabedoria, aos quais se concedia o direito de criticar o Imperador e o seu governo. Infelizmente, como tudo o resto na Cina tradicional, esta instituição foi submetida a regras convencionais. Havia algumas coisas que os censores podiam criticar, particularmente o excessivo poder dos eunucos, mas se enveredavam por terrenos não convencionais da censura, o Imperador talvez esquecesse as imunidades de que gozavam. O que acontece entre nós é quase a mesma coisa. De modo amplo, a crítica é permitida, mas quando se sente que ela é realmente perigosa, o seu autor está sujeito a ser, de alguma forma punido” (Bertrand Russell)

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