Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PASSOS COELHO UM NEOLIBERAL DISFARÇADO

Continuo firmemente comprometido com a ideia de um governo para as pessoas – todas as pessoas, ricas e pobres, estúpidas e inteligentes, informadas e ignorantes – e com a sua consulta e consentimento (Eric Hobsbawm).

 Passos Coelho rejeita as falsas dicotomias de austeridade e contra- austeridade», e defende também que «a diferença entre esquerda e direita não é relevante para as escolhas que se abrem» e acrescenta: 2015 vai ser um ano de viragem económica e recuperação de rendimentos com um défice historicamente baixo, que rompe com o passado e abre novas perspectivas de futuro para Portugal.

Ontem, durante o debate na generalidade da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, disse que, caso seja reeleito, não vai desistir de aplicar os cortes salariais na Função Pública que, há pouco mais de dois meses, foram rejeitados pelo Tribunal Constitucional.

A reforma do Estado, uma das principais vacas sagradas do discurso neoliberal, continua presente no projecto de políticos subservientes. A repressão tem permitido a reprodução do Poder das oligarquias financeiras. Para o manter não basta a repressão. recordo Napoleão: “Podemos fazer tudo com baionetas menos sentar-nos em cima delas.

No debate do Orçamento de Estado para 2015, Catarina Martins questionou Passos Coelho:

 “Como é que pode esbulhar os contribuintes que vivem do seu trabalho desta forma ao mesmo tempo que concede mais borla fiscal sobre os lucros dos grandes grupos económicos?”

De facto, o propósito destes fanáticos é prosseguir a austeridade, o empobrecimento, mesmo que tenha que se atropelar a lei e ignorar o Tribunal Constitucional e prosseguir a política de diminuição do imposto sobre as grandes empresas cavando, assim, o fosso das desigualdades sociais.

Associado a isto, surge a concentração da riqueza, o controle das tecnologias e dos mercados, a destruição de direitos laborais, a redução salarial e o aumento do desemprego.


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