IDEOLOGIA DO CONSENSO (15)
A propósito da soberania (continuação)
O expectável
é que surja, e se manifeste, o conflito real entre interesses diferentes e
diferentes visões de futuro.
Recordo Mészáros: Num momento de grande contraste entre as promessas do
passado e as condições realmente existentes, o que está em jogo é o
“fenecimento do Estado”, uma vez que, apesar de dominar o parlamento, o capital
é uma força “extraparlamentar por excelência”.
A
crítica do sistema parlamentar segundo uma perspectiva radical encontramo-la
vigorosamente expressa já no século XVIII nos escritos de Rousseau. Partindo da
posição de que a soberania pertence ao povo e portanto não pode ser
legitimamente alienada, Rousseau também defendeu que pela mesma razão não pode
legitimamente ser transformada em qualquer forma de abdicação representativa.
"Mudar é o que precisamos de fazer todos em Portugal"
«O país precisa, com
urgência, de um amplo programa de mudança que nos retire deste estado de
descrença e de crise profunda em que vivemos. As reformas a empreender já não
são uma opção; são uma necessidade imposta pela realidade. Terá de ser um
programa de acção que rompa com o actual cenário de estagnação e de
empobrecimento.» disse repetidamente Passos Coelho durante a campanha eleitoral.
Chegado ao governo, agiu em sentido
contrário às promessas eleitorais. O povo mergulha numa miséria insuportável,
vê-se confrontado com a perda de direitos considerados até então elementares, e
toma paulatinamente consciência da inqualificável traição e demagogia dos
dirigentes do seu país. Impostos, aumento do horário de trabalho, abolição de subsídios,
congelamento de salários, despedimentos em massa, redução das pensões,
acréscimo das taxas moderadoras nos hospitais - eis alguns aspectos da política
obscena deste Executivo, que tende a agravar-se cada vez mais.
CONTINUA
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