Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A IDEOLOGIA DO CONSENSO(19 )



 
 O MEDO
Num quadro de recessão, de precariedade, de crescente desemprego e de discursos oficiais prevendo tumultos e insegurança pública, o medo dos cidadãos não se limita a ser um sentimento capaz de refrear a sua participação em protestos e de incentivar condições laborais antes impensáveis. É também um potencial instrumento para a destruição dos mais básicos direitos de cidadania, em nome da segurança. O nosso medo pode tornar -se o nosso pior inimigo (Paulo Granjo)

No país do medo, mergulhado até às virilhas na placidez pequeno-burguesa, no saque, no facilitismo, no individualismo exacerbado, na corrupção endémica, no seguidismo neoliberal, braço executivo da ideologia do capitalismo financeiro e económico, é urgente, é necessário, uma cultura de solidariedade e de tolerância.
É urgente reagir e recusar a inevitabilidade do austerecídio que nos é imposto. É urgente, é imperioso, dizer basta a um governo cujo horizonte político se confunde com os grandes interesses da promiscuidade da finança. É hora de dizer não a políticas de submissão, de degenerescência social e de fatalismo colectivo.
É preciso, é urgente, recuperar a memória, a dignidade, a história de luta; recusar o fatalismo e a inevitabilidade; combater os medos e os silêncios, as cumplicidades; resistir, construir a esperança, gritar bem alto: não ao programa da Troika, não à ocupação do País.
CONTINUA

Sem comentários: