Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 24 de julho de 2007

GRITO DE PROTESTO EM CADEIRA DE RODAS


O “grito de protesto” de José Lima está a ser dado desde dia 1 de Agosto, altura em que iniciou a sua volta a Portugal em cadeira de rodas e que unirá a cidade minhota de Viana do Castelo à solarenga cidade de Faro, no Algarve. Hoje a quinta etapa, de um total de 21, terminará em Anadia, amanhã será a vez de Coimbra, sempre a descer até à cidade mais a sul do continente português, a uma média de 40 km por dia.
José Lima de 52 anos propôs-se fazer esta desgastante viagem de mais de 800 km para que os direitos dos deficientes motores não sejam esquecidos: "Estamos no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades, mas falar de igualdade de oportunidades em Portugal é falar de uma grande treta. E é isso que eu quero denunciar com esta viagem", resumiu o português natural de Ponte de Lima, que teve de adaptar uns “pedais manuais” à cadeira de rodas, para que o esforço feito durante a viagem fosse mais reduzido.
Desde que ficou paraplégico em 1997, quando foi “esmagado” por um elevador que estava a reparar no Ministério Angolano das Finanças, que este licenciado em electrónica industrial tem tido dificuldade em arranjar emprego.
"Enquanto que o contacto é meramente telefónico, as coisas parecem bem encaminhadas. Mas quando apareço na empresa em cadeira de rodas, as coisas mudam radicalmente de figura", recordou o minhoto que apesar de todos os esforços está desempregado há três anos, sublinhando que esta é apenas uma das formas de discriminação feita aos deficientes em Portugal, mas não a única.

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