Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

MÁDRE TERESA DE CALCUTÁ


«Deus não existe», disse Madre Teresa numa carta
Madre Teresa de Calcutá duvidava da existência de Deus. Um livro a publicar em breve nos Estados Unidos revela cartas pessoais de madre Teresa de Calcutá em que a missionária, de origem albanesa, manifesta profundas dúvidas sobre a existência de Deus.

A crise de fé de madre Teresa de Calcutá terá durado cinquenta anos, todos os anos que madre Teresa passou na Índia.
Em público, madre Teresa tinha um sorriso permanente, mas as cartas reflectem uma grande dor espiritual. Na vida não fazia nem um lamento, mas nas cartas queixa-se da tortura de que padece.
Numa das cartas confessa: «Sinto um vazio e um silêncio tão grande que eu olho e não vejo, oiço e não escuto, a língua move-se e não falo». São cartas escritas semanas antes da missionária receber o prémio Nobel da Paz em 1979.
Numa outra carta, madre Teresa diz que os «condenados ao inferno sofrem um castigo eterno porque perderam Deus. Na minha própria alma sinto uma dor enorme com esta perda, sinto que Deus não me quer, que Deus não é Deus e que, na realidade, não existe».
Dúvidas de Madre Teresa não impedem canonização
O especialista da TSF em assuntos religiosos, Manuel Vilas Boas, salienta que a revelação das dúvidas de Madre Teresa de Calcutá sobre a existência de Deus não vão impedir uma futura canonização da missionária que viveu a maior parte da vida na Índia.
Vilas Boas salienta que o importante foi a sua acção sempre «dirigida aos mais pobres dos pobres», uma acção «marcada pela matriz do cristianismo que obriga ao amor preferencial pelos outros seres humanos». «Será por isso que a igreja a vai canonizar», salienta o especialista, acrescentando «que as dúvidas de fé só lhe elevam a memória».
Madre Teresa de Calcutá está reconhecida como beata, o segundo de três passos para a santidade de acordo com a igreja católica.

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