ESCUTA ZÉ NINGUÉM
As circunstâncias mostravam ser necessário, ao homem comum, saber o que se passa nos bastidores de um laboratório científico e, ao mesmo tempo, verificar o que pensa a seu respeito um psiquiatra experiente.Que conheça a realidade, único modo de vencer a desastrosa paixão pelo poder que tanto o obceca. Que lhe seja dito, sem rebuço, que responsabilidade assume, quando trabalha, ama, odeia ou difama.Que entenda como se chega ao fascismo, negro ou vermelho, ambos igualmente perigosos para a segurança dos vivos e para a proteção de nossos filhos.Isso, não apenas porque tais ideologias, vermelhas ou negras, são intrinsecamente assassinas, mas também por transformarem crianças saudáveis em adultos mutilados, autômatos e moralmente dementes.
Esta “conversa” não pretende apresentar receitas existenciais. Simplesmente, descreve as tempestades emocionais por que passa um homem produtivo e satisfeito. Não visa convencer, aliciar ou conquistar ninguém. Visa, sim, retratar a experiência, como um guache pinta uma tempestade.
Excerto de "Escuta Zé Ninguém, de Wilhelm Reich"
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