Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

MOÇAMBIQUE: CHEIAS,CHEIOS E CHEIISMO


Cheias, cheios e cheiismo
E as cheias voltaram. Cheias que provocam dor. Nas províncias existem governadores, directores, chefes, secretários. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e a Cruz Vermelha de Moçambique desdobram-se em acções de socorro e ajuda. À Beira chegou um barco com três mil toneladas de alimentos que permitirão alimentar cerca de 250 mil pessoas. Mas isso não basta, é pouca gente, é preciso mais gente. Por isso saem de Maputo - da Nação, como diz o nosso povo do Centro/Norte -, com grande publicidade na rádio, altos dirigentes, estatais e políticos. Todos vão ver, montes de despesas, luxuosas viaturas 4/4 quatroquatrizam as zonas próximas dos lugares afectados. Um cheiismo sem fim. Os governos provinciais perdem visibilidade, são eclipsados. E surgem duas coisas notáveis: por um lado, o pedido feito em plena rádio pela alta estrutura no sentido de que as "populações" devem retirar-se de onde estão, como se essas pessoas estivessem de xirico no ouvido à espera de ouvir a qualquer momento a cheia palavra do cheio senhor que nelas pensa; por outro lado, a indicação dada às altas estruturas de que as "populações" teimam em ficar onde estão ou teimam em sair tarde de onde estão ou voltam onde estiveram, por "motivos culturais", como se, socialmente, elas estivessem capazes de construir casas de alvenaria em zonas distantes da acção das cheias, sistemas permanentes de abastecimento de água e ouvissem regular e religiosamente os avisos dos nossos serviços meteorológicos através da RM, da TVM ou da STV. As cheias aí estão, as eleições estão próximas. Acabadas aquelas, terminadas estas, ficarão as "populações", de novo, entregues aos seus cheios e intermináveis "motivos culturais", até que novas cheias e novas eleições cheguem, para nova correria, para nova visibilidade. Ler no Diário de um Sociólogo

Por seu turno,Eleutério Fenita, BBCParaÁfrica, escreve: "receia-se agora a ocorrência de inundações na província de Gaza, que há sete anos foi devastada pelas piores cheias de que há memória no país e que resultaram em centenas de mortes.
As autoridades já lançaram o alerta, cientes das consequências e do impacto de tal ocorrência sobre as populações. Até agora, cerca de 60 mil pessoas foram evacuadas devido às inundações, que atingem sobretudo províncias da região central do país. Confira aqui

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