O OVO DA SERPENTE
Anda por aí um cheirinho de fascismo. A frase, surpreendente, começa a entrar no circuito do comentário político e em afirmações, mais ou menos severas, do léxico comum. José Pacheco Pereira discorreu, levemente, acerca de; António Barreto foi-lhe na peugada e sugeriu que sim, mas que também; Zita Seabra, campeã de todas as liberdades, toca pela mesma pauta; e Vasco Pulido Valente usa um exaltado verbo para avisar os incautos: alto aí!
As apoquentações podem suscitar sorrisos condescendentes aos mais incrédulos. Porém, que a coisa é discutida, lá isso, é.
De facto, as liberdades tidas como tais, desde Abril de 1974, começam ser limitadas. Mas fomos nós que admitimos estes cercos. Em nome da "segurança" e da "estabilidade", da "paz pública" e da "tranquilidade das almas", velhos chavões das estratégias de poder da Direita, recuperados, numa reabilitação fantomática, pela "Esquerda moderna", inúmeros dos direitos conquistados foram espezinhados rudemente. Não há que fugir a isto.
Sabe-se: o fascismo possui diversas máscaras e dispõe de infinitas possibilidades de metamorfose. E há democracias, em todo o mundo, cuja musculatura, frieza, sobranceria e insensibilidade representam parentescos evidentes com o totalitarismo de Direita.
É o medo a origem de todas as inseguranças, de todos os pavores, de todas as submissões, de todas as cobardias, de todas as resignações, de todos os sofrimentos, de todas as angústias. O medo corrói-nos como homens. O medo constrói o fascismo. É o "Ovo da Serpente", como no inesquecível filme do imenso Ingmar Bergman. Pode renascer a cada momento.Confira aqui
As apoquentações podem suscitar sorrisos condescendentes aos mais incrédulos. Porém, que a coisa é discutida, lá isso, é.
De facto, as liberdades tidas como tais, desde Abril de 1974, começam ser limitadas. Mas fomos nós que admitimos estes cercos. Em nome da "segurança" e da "estabilidade", da "paz pública" e da "tranquilidade das almas", velhos chavões das estratégias de poder da Direita, recuperados, numa reabilitação fantomática, pela "Esquerda moderna", inúmeros dos direitos conquistados foram espezinhados rudemente. Não há que fugir a isto.
Sabe-se: o fascismo possui diversas máscaras e dispõe de infinitas possibilidades de metamorfose. E há democracias, em todo o mundo, cuja musculatura, frieza, sobranceria e insensibilidade representam parentescos evidentes com o totalitarismo de Direita.
É o medo a origem de todas as inseguranças, de todos os pavores, de todas as submissões, de todas as cobardias, de todas as resignações, de todos os sofrimentos, de todas as angústias. O medo corrói-nos como homens. O medo constrói o fascismo. É o "Ovo da Serpente", como no inesquecível filme do imenso Ingmar Bergman. Pode renascer a cada momento.Confira aqui
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