Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 28 de abril de 2008

DANÇAS E CANTARES DE MOÇAMBIQUE (1)


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FONTE: Programa do 1º Festival Nacional de Dança Popular

Como dizia Amilcar Cabral, “a destruição do fascismo em Portugal deverá ser obra do próprio povo português; a destruição do colonialismo português será obra dos nossos próprios povos”.
E, noutro passo: “As massas populares são portadoras de cultura, elas são a fonte da cultura e, ao mesmo tempo, a única entidade verdadeiramente capaz de preservar e de criar a cultura, de fazer história”.
Dizia, ainda, Cabral: “ sendo a dominação imperialista a negação do processo histórico da sociedade dominada, ela será necessariamente a negação do seu processo cultural”.
A luta de libertação é, acima de tudo, dizia Amilcar Cabral, um acto de cultura


Divulgar o conhecimento da riqueza e diversidade do património cultural dos povos outrora submetidos a uma feroz repressão, é uma tarefa que caberá aos respectivos povos e agentes culturais.
Neste espaço, tentaremos dar uma pequeníssima contribuição. Sabemos que de boas intenções está o inferno cheio mas, apesar disso, iremos em frente, arriscando, “protegidos” por Goethe: o homem tem de se esforçar e, ao fazê-lo, tem de errar


Na foto, o “Muthimba”. Dança do casamento tradicional de origem zulu, divulgou-se, também, nas províncias de Inhambane, Gaza e Maputo, em Moçambique.
As dançarinas formam filas e círculos, destacando-se duas de cada vez a fim de exibirem a originalidade dos seus passos e movimentos.
As danças de Gaza reportam alguns dos aspectos culturais de maior importância na sua história.
São danças de alegria que contam os sucessos das colheitas, ou os votos de felicidades aos noivos. São danças que falam do antigo Império de Gaza e da resistência imposta à penetração militar portuguesa. São danças que têm a sua origem na venda da força de trabalho moçambicana nas minas da África do Sul.
São danças do povo que falam dos seus sofrimentos, das suas alegrias e da sua luta diária.
O Massessa, o Chingomana e o Muthimba eram dançados por mulheres. Os homens tinham outras danças que exprimiam a sua força, os seus feitos guerreiros e a sua posição de dominação em relação àquelas: o Chilembe, o Makway, a Makwayela, o NNdlama e o Ngalanga

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