Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 29 de abril de 2008

NUM MUNDO AJOELHADO OS VELHOS E AS CRIANÇAS ESTÃO DESVALORIZADOS


Urbanização crescente provoca desvalorização das famílias africanas
A história veio no Jornal de Angola, Guilhermino Alberto Fernando: doente há três, internado durante dois, ergueu-se da cama do hospital e regressou a casa. Uma casa que ele próprio havia construído. Os filhos fecharam-lhe as portas e o velho acabou asilado num lar da terceira idade no Sumbe. Angola tem destes contrastes
O velho sente-se bem no lar mas lamenta, amargo, a atitude dos filhos.
O escritor moçambicano Mia Couto, que muitos "mais velhos" leva para o interior dos seus livros e às vezes subvertendo a ordem natural das coisas, como no livro Terra Sonâmbula, com um menino a ler histórias ao velho, considera que "a ideia de que em África os velhos são sempre respeitados, resulta de uma mistificação".
O escritor considera ainda que "o actual universo de miséria absoluta vai corroendo aquilo que antes era dominado pelo respeito" e que "num mundo ajoelhado perante a mercadoria, está a suceder em África o que já sucede noutros pontos do mundo - os velhos e as crianças estão desvalorizados porque produzem pouco e compram ainda menos". Confira aqui

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