Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

segunda-feira, 19 de maio de 2008

CICLONE NO MYANMAR: A HOSTILIDADE AMERICANA ENTRAVA OS SOCORROS


Será que a administração Bush tenta realmente ajudar o povo de Myanmar após o desastre natural que o atingiu? Neste caso, por que insiste ela em que o Pentágono se encarregue desta ajuda? E por que esta administração impôs sanções contra o país quando sabia que um ciclone estava prestes a desencadear-se?
Na véspera do dia em que o ciclone Nargis atingiu o Myanmar, o presidente George W. Bush assinou uma nova molhada de sanções económicas extremamente severas contra o Myanmar.
Com todos os seus satélite espiões, Washington estava muito mais a par do que iria acontecer do que o próprio povo do Myanmar
As novas sanções impedem as organizações humanitárias americanas e os cidadãos americanos considerados individualmente de fazerem doações directas de dinheiro às organizações que se ocupam dos socorros neste pobre país.
O governo americano insistiu em que o Pentágono obtivesse o direito de fornecer a ajuda com o seu pessoal e os seus próprios equipamentos.
É evidente que este rico país imperialista não tem outro meio de fornecer a ajuda humanitária senão à ponta das suas baionetas!
Contudo, muitos outros países encontraram meios diferentes dos militares para fornecer uma ajuda imediata.
Aviões vindos da China, Índia, Japão, Singapura, Itália, Bangladesh, Laos e Tailândia aterraram no aeroporto internacional de Yangon com ajuda humanitária!
Em todos os ataques dos media americanos ao governo de Myanmar e sua ditadura, é importante recordar que o Pentágono encorajou, sustentou, armou e financiou ditadura militares sangrentas no mundo inteiro, desde a Arábia Saudita e a Indonésia até o Paquistão, o Chile e o Congo.
A hostilidade de Washington em relação à ditadura birmanesa não resulta das medidas repressivas desta última mas do facto de ela não ter desfeito a nacionalização dos recursos naturais do Myanmar, vastas reservas de petróleo e de gás
Quando inundações e diques destruídos puseram completamente debaixo de água a cidade de Nova Orleans, este desastre foi seguido por uma recusa arrogante a aceitar a ajuda de organizações e indivíduos que se apresentavam a título benévolo, bem como por uma recusa insultuosa de toda ajuda internacional. As propostas de ajuda de Cuba e da Venezuela, que dispunham de equipes de médicos prontos para partir e perfeitamente equipados e que propunham toneladas de alimentos, água e mesmo um milhão de barris de petróleo suplementares, foram recusadas. Mesmo a aviação francesa e um navio hospital que estava pronto na Caraíbas, assim como a ajuda alemã e russa, ficaram em suspenso.
Mais de 20 mil pessoas sem água potável, sem alimento, sem equipamentos sanitários nem cuidados foram amontoados no Superdome e dezenas de milhares de outras passaram dias e dias no Convention Center sob um calor tórrido e nas mesmas condições. As equipes de urgência provenientes dos quatro cantos dos Estados Unidos viram-se proibidas de ter acesso a Nova Orleans.
Camiões transportando água e toneladas de materiais provenientes dos quatro cantos do país jamais puderam chegar a Nova Orleans.
Dois anos e meio depois, dezenas de milhares de pessoas evacuadas não tiveram a possibilidade, nem a autorização, para retornarem às suas casas.
Se mais de 160 mil soldados americanos, 100 mil mercenários das sociedades privadas e a mais impressionante panóplia militar jamais empregue no planeta não são capazes de fornecer electricidade ou água potável permanentes em Bagdad, será que se pode decentemente esperar que eles façam melhor em Yangon?
Servindo-se do pretexto da necessidade de uma missão humanitária numa Somália assolada pela fome, os Estados Unidos forçaram uma resolução da ONU permitindo aos Marines ocuparem a capital do país, Mogadiscio, em Dezembro de 1992. A população, escandalizada, expulsava estes mesmo Marines no ano seguinte.Confira aqui

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