Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

terça-feira, 27 de maio de 2008

A PROCISSÃO AINDA VAI NO ADRO


A questão americana não se reduz a Bush. Ele representa e incarna a politica defendida pelo capital e por uma parte significativa do eleitorado. Bush será, porventura, a personalidade mais tosca e sombria do panorama politico americano. Será um mau actor na cena politica internacional. Será uma figura desajeitada que disfarça muito mal as verdadeiras intenções do regime americano.
No entanto, há que reconhecê-lo, no essencial resta muito pouco para o distinguir de outros “ilustres” presidentes e candidatos A
Recordo apenas, para dar um exemplo, que foi um presidente democrata quem decretou, há 40 anos, o criminoso embargo a Cuba!
Ocorre-me a história do burro e a sua recusa em se libertar das moscas! Para espanto de todos, o jumento insistia em não sacudir os insectos com a alegação de que eles já estavam cheios de sangue. Para quê alimentar novas moscas?
De facto,no quadro dum regime made in USA, o quê que se pode mudar? As moscas?

O pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, assegurou nesta sexta-feira, em Miami, que, caso chegue à Casa Branca, “mudará radicalmente” a política de Washington em relação à América Latina. As acções, segundo seu discurso, incluem uma nova estratégia em relação a Cuba, permitindo viagens à ilha e o envio de remessas "sem limites", embora tenha dito que deve manter o embargo à ilha.
Obama disse ainda que “não tolerará” que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) recebam ajuda de países do continente.
Em um almoço organizado pela entidade anticastrista Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA), Obama disse que seu governo se comprometerá de maneira directa com o hemisfério americano e lançará uma iniciativa regional para o combate ao narcotráfico e à corrupção.
O que Obama não explicitou, e devia tê-lo feito, a quem se refere quando fala de narcotráfico.
A este propósito, recordo as palavras de Th.Roosevelt, Presidente dos EUA, 1903
Dizer que a Colômbia é uma potência responsável com a qual podemos tratar como fazemos com a Holanda, Bélgica, Suíça ou Dinamarca é um absurdo. Neste momento a analogia que podemos estabelecer é com um grupo de bandidos, sicilianos ou calabreses."

2 comentários:

Jorge Saiete disse...

Pelo que tenho vindo a notar dos dscursos do Obama sou forçado a concluir que ele (caso seja eleito) poderá ser o presidente norte americano, mais moderado, dos últimos anos. E em relação a Cuba, ele até pode ir mais longe, incluindo, mesmo, negociar o fim do embargo mas duvido que possa se referir a isso agora porque poderia lhe roubar o voto dos democratas conservadores e relativamente hostís a Cuba.

Jonathan McCharty disse...

Os EUA tem sido a forca motriz de muitos (senao a maioria) dos problemas no mundo! Se Obama finalmente for eleito, deve se esperar uma grande ofensiva dos tipos que realmente governa a America!