QUÉNIA:CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE
Cerca de 1.500 mortos e mais de 300 mil refugiados, guerra entre etnias, casas incendiadas, mulheres violentadas: era este o saldo, no final de Março, dos distúrbios que se seguiram às eleições presidenciais no Quénia, realizadas em Dezembro de 2007
O rastilho da violência: acusações de fraude eleitoral.
O Quénia é um dos países economicamente mais ricos da África, fundamental para toda a costa oriental do continente. Foi colónia da Inglaterra,. A organização como país é uma construção política decorrente da colonização, que usava também como arma a divisão de etnias aliadas e a união de rivais. Há, no país, mais de 50 tribos divididas entre sete etnias distintas.
A crise do Quénia "pôs a nu as tensões de classe que vinham emergindo, de modo disperso, há mais de cem anos", segundo o jornalista Oduor Ong'wen, membro do Fórum Social Africano.
A realidade do país fala por si: na capital Nairobi, dois terços dos habitantes ocupam apenas 8% da área da cidade, vivendo em favelas; mais de 63% da população urbana não têm acesso à água potável; dois em cada três quenianos sobrevivem com menos de um dólar por dia e grandes extensões de terra pertencem a alguns poucos, enquanto o número dos sem-tecto e dos sem-terra aumenta cada vez mais, também por conta da violência durante o processo eleitoral – no final de Abril, mais de 140 mil pessoas ainda viviam em tendas.
O Vale da Fenda, rica região agrícola do país, foi o epicentro dos conflitos. O vale é palco de disputas sobre a propriedade da terra desde a ocupação colonial.
Onde inscrever, entretanto, o fenómeno da rivalidade étnica? Qual a lógica que leva um ser humano com raízes em um determinado grupo étnico a voltar-se contra um ser humano de outro grupo étnico? Outra questão que vem à tona é a sempre presente violência sexual praticada em conflitos. Alguns homens – sim, machos da espécie humana – transformam o corpo em poderosa e violenta arma para subjugar o "inimigo", personificado nas mulheres do grupo rival.
A construção do mundo novo abrange mais do que a luta política. Mas é preciso actuar sempre nos dois campos. Enquanto estes problemas não forem superados, não haverá paz em África.Confira aqui
O rastilho da violência: acusações de fraude eleitoral.
O Quénia é um dos países economicamente mais ricos da África, fundamental para toda a costa oriental do continente. Foi colónia da Inglaterra,. A organização como país é uma construção política decorrente da colonização, que usava também como arma a divisão de etnias aliadas e a união de rivais. Há, no país, mais de 50 tribos divididas entre sete etnias distintas.
A crise do Quénia "pôs a nu as tensões de classe que vinham emergindo, de modo disperso, há mais de cem anos", segundo o jornalista Oduor Ong'wen, membro do Fórum Social Africano.
A realidade do país fala por si: na capital Nairobi, dois terços dos habitantes ocupam apenas 8% da área da cidade, vivendo em favelas; mais de 63% da população urbana não têm acesso à água potável; dois em cada três quenianos sobrevivem com menos de um dólar por dia e grandes extensões de terra pertencem a alguns poucos, enquanto o número dos sem-tecto e dos sem-terra aumenta cada vez mais, também por conta da violência durante o processo eleitoral – no final de Abril, mais de 140 mil pessoas ainda viviam em tendas.
O Vale da Fenda, rica região agrícola do país, foi o epicentro dos conflitos. O vale é palco de disputas sobre a propriedade da terra desde a ocupação colonial.
Onde inscrever, entretanto, o fenómeno da rivalidade étnica? Qual a lógica que leva um ser humano com raízes em um determinado grupo étnico a voltar-se contra um ser humano de outro grupo étnico? Outra questão que vem à tona é a sempre presente violência sexual praticada em conflitos. Alguns homens – sim, machos da espécie humana – transformam o corpo em poderosa e violenta arma para subjugar o "inimigo", personificado nas mulheres do grupo rival.
A construção do mundo novo abrange mais do que a luta política. Mas é preciso actuar sempre nos dois campos. Enquanto estes problemas não forem superados, não haverá paz em África.Confira aqui
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