O IMPÉRIO DO CONSUMO
O direito ao desperdício, privilégio de poucos, afirma ser a liberdade de todos.
Esta civilização não deixa as flores dormirem, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores estão expostas à luz contínua, para fazer com que cresçam mais rapidamente.
Nas fábricas de ovos, a noite também está proibida para as galinhas. E as pessoas estão condenadas à insónia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar.
Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora do que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.
O consumidor exemplar desce do carro só para trabalhar e para assistir televisão. Sentado na frente do écrãn, passa quatro horas por dia devorando comida plástica.
A cultura do consumo, cultura do efémero, condena tudo à descartabilidade midiática. Tudo muda no ritmo vertiginoso da moda, colocada ao serviço da necessidade de vender.
Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável:
Estamos todos obrigados a acreditar na historinha de que Deus vendeu o planeta para umas poucas empresas porque, estando de mau humor, decidiu privatizar o universo?
A injustiça social não é um erro por corrigir, nem um defeito por superar: é uma necessidade essencial. Não existe natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.Confira aqui
1 comentário:
"Esta civilização não deixa as flores dormirem..."
Mais que verdadeira esta frase é a tristeza por detrás dela.
Nada segue seu curso natural, tudo hoje em dia é manipulado pelo HOMEM, sim, nós.
Entristece-me o desperdício que nos auto-infligimos, a necessidade de ter mais, e mais...
Além de consumistas somos egocentricos dentro do nosso egoismo.
O ser humano tem uma infinidade de escolhas POSITIVAS, mas culpam o diabo pelas suas falhas.
Confesso-me consumista intrinsecamente reclicada.
Bjs
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