Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 6 de setembro de 2008

CAUSAS DA FOME MUDARAM

No passado, a principal causa da fome era a falta de alimentos, Hoje, existem alimentos disponíveis, mas a população mais pobre não consegue ter acesso a eles por falta de recursos financeiros.
“Hoje, a fome tem a cara da falta de dinheiro e não da falta de produtos. Faltam bons empregos, uma melhor distribuição do rendimento e um maior poder de compra para as pessoas conseguirem consumir o que necessitam”, explica o o director para América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano.
Por seu turno,a filha de Josué de Castro, a socióloga Anna Maria Castro, recorda que a geografia da fome mudou porque o país se industrializou e a população deixou de ser maioritariamente rural. Para ela, isso piorou a situação. “Antes, você tinha alguma forma de sobrevivência da pequena propriedade, que foi sendo eliminada. A grande denúncia dele [de Josué] era contra o latifúndio e a monocultura e por uma reforma agrária para que todos pudessem ter a terra para poder se alimentar”, afirma.
De acordo com Graziano, que foi o primeiro coordenador do programa Fome Zero, a FAO estima que hoje existam cerca de 60 milhões de subnutridos na América Latina e 880 milhões no mundo, o que representa quase 15% da população mundial. O conceito de subnutrido é aplicado às pessoas que não consomem, no mínimo, 2,2 mil calorias por dia. Graziano explica que o número aumentou nos dois últimos anos por causa da alta dos preços dos alimentos.Confira aqui

2 comentários:

Paula Crespo disse...

Existe um excesso de produção no primeiro mundo mas que, por sua vez, não é escoado para o terceiro mundo por questões económicas, entre outras, pois não se considera rentável o transporte e distribuição do excesso de alimentos e de outros bens para África e outras zonas carenciadas. As assimetrias são enormes, como se sabe. Mas também não é a "caridade" que vai resolver o problema dos países pobres, mas sim a "revolução" nas suas dinâmicas políticas. A questão principal, creio, é a corrupção e a falta de estruturas sócioeconómicas, que não permitem o desenvolvimento. E o pior é que não se vislumbra facilmente uma luz ao fundo do túnel.
Enquanto não houver real interesse do primeiro mundo em desenvolver o terceiro, este continuará nesse patamar de pobreza. No entanto, verifica-se a necessidade de expandir mercados, o que poderá conduzir a algum desenvolvimento destes para poderem consumir... enfim, talvez a solução passe por aí...
Bjs

AGRY disse...

Paula Crespo
As estatísticas demonstram que a produção de cereais nunca foi tão alta como no ano passado.
O aumento de preços resulta do desvio de uma parte da produção para agrocombustíveis.Hoje, as reservas globais de alimentos estão no nível mais baixo nos últimos 25 anos devido; também, à desregulação dos mercados da responsabilidade da OMC
Os combustíveis industriais podem alimentar automóveis mas não pessoas
Bjs