GENTE PARA QUEM A CIDADE NÃO SORRIU
Eduardo Pereira colabora no Net.esquerda. Dele, li uma radiografia dos bairros ditos problemáticos, das rusgas e da arbitrariedade que elas encerram.O que se segue é um excerto do texto de E.P.:
"Nos últimos tempos, tem-se tornado um hábito a realização de rusgas policiais em vários bairros ditos "problemáticos" das principais zonas urbanas, nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. A polícia chega, corta os acessos ao bairro, invade as ruas, por vezes invade também algumas casas. Qualquer pacato cidadão, ou cidadã, que vá a passar na rua, pode ser abordado, identificado, revistado, encostado a uma parede, apenas porque estava a passear na sua rua, no seu bairro. Porque a rusga é cega, não distingue. Esta rusga é como uma rede de malha muito estreita, usada numa pesca de arrasto: ninguém lhe escapa. Siga a rusga, trema a terra!
Mesmo que, em tese, possamos admitir a eventualidade de, em situações absolutamente excepcionais e de gravidade extrema, a rusga policial ser a única forma eficaz de actuação, a verdade é que, no presente, assistimos a uma vulgarização inadmissível deste tipo de intervenção policial. Vulgarização, que significa um abuso. Porque a rusga é essa forma de intervenção policial que dispensa o incómodo da investigação. Não há princípio de presunção de inocência numa rusga. Ao contrário, quem vive num bairro dito "problemático" é presumido culpado, pelo menos até que a rusga o possa ilibar. A banalização destas rusgas demonstra ainda o fracasso do modelo de integração social baseado na construção de grandes dormitórios desprovidos de respostas sociais mobilizadoras. Precisamos de uma estratégia diferente para lidar com a exclusão social nos grandes meios urbanos Siga a rusga? trema a terra? Confira aqui
Mesmo que, em tese, possamos admitir a eventualidade de, em situações absolutamente excepcionais e de gravidade extrema, a rusga policial ser a única forma eficaz de actuação, a verdade é que, no presente, assistimos a uma vulgarização inadmissível deste tipo de intervenção policial. Vulgarização, que significa um abuso. Porque a rusga é essa forma de intervenção policial que dispensa o incómodo da investigação. Não há princípio de presunção de inocência numa rusga. Ao contrário, quem vive num bairro dito "problemático" é presumido culpado, pelo menos até que a rusga o possa ilibar. A banalização destas rusgas demonstra ainda o fracasso do modelo de integração social baseado na construção de grandes dormitórios desprovidos de respostas sociais mobilizadoras. Precisamos de uma estratégia diferente para lidar com a exclusão social nos grandes meios urbanos Siga a rusga? trema a terra? Confira aqui
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