REVOLTA EM MAPUTO, REEDIÇÃO DOS ACONTECIMENTOS DE FEVEREIRO DE 2008
BATATA AGRIDOCE
A população do Maputo saiu à rua para protestar o aumento brutal de bens essenciais: pão, arroz e electricidade, aumentando dramaticamente os problemas de fome e satisfação das necessidades elementares da população.
O pão subiu de 7 para 10 meticais, sendo que um salário baixo, em Moçambique, não ultrapassa 2500 meticais (50,00€) por mês. O aumento dos combustíveis foi o terceiro consecutivo.Houve também aumentos das tarifas da água e da electricidade
O Partido no Poder, a FRELIMO, remeteu para a gaveta da história os princípios e valores caracterizadores dos ideais construídos na luta de libertação e nos primeiros anos pós- independência.
Após o acordo de paz, e a pretexto da sua defesa , capitulou ante as politicas neoliberais impostas por organismos e forças internacionais, perdendo de vista a máxima que, sem justiça social, não há democracia.
Sobre os escombros da utopia independentista, emerge uma burguesia nacional, preocupada em encher as algibeiras o mais rapidamente possível. Esquemas é a palavra mágica que permitiu institucionalizar uma economia subterrânea, sem regras , sem princípios e com a cumplicidade do Poder.
As desigualdades sociais, o fosso entre ricos e pobres cresceu exponencialmente.
Na ausência de sindicatos independentes do Poder, e de uma oposição com experiência e credibilidade, estes protestos são, a um só tempo, manifestações de indignação colectiva, de frustração e de crítica à cumplicidade do país político.
Para obter informações, em detalhe, dos acontecimentos no Maputo, sugiro a consulta do Diário de um Sociólogo , Antropocoiso e Reflectindo sobre Moçambique
1 comentário:
A saída do povo à rua foi feita de forma desorganizada, boçal, criminosa, oportunista e imbuída de um vandalismo que não faz parte da forma de ser do moçambicano. Por muita razão que o povo tenha - e até concordo que o custo de vida subiu muito e acho que se deve confrontar o Governo por isso - nada justifica a destruição de carros privados, transportes públicos, lojas e arremesso de pedras para qualquer um. Razão, sim; violência, NÃO!
Enviar um comentário