BRASIL VOTA COM OS OLHOS NO FUTURO
Existem momentos e situações em que é muito forte a vontade de realizar um texto em que a emoção tenha o mesmo peso e a mesma densidade que se exige da razão, tal a força e a exigência histórica que a todos nos envolve. Essa eleição de 3 de Outubro, além de recordar outros históricos 3 de Outubro e seus significados para o nosso povo, tem todos os sinais da excepcionalidade.
Uma excepção que pode e deve ser medida entre o Brasil do futuro - alegre, feliz e rico em bem-estar, que é o que deseja o povo brasileiro e o Brasil da submissão, da dócil entrega de nossas riquezas, da miséria e do atraso e da exploração. Uma exploração tão constante e secular que parecia ser capaz de nos determinar como eternos servos ou semi-escravos de um sistema que faz da desumanidade a sua principal regra e princípio.
O povo brasileiro, no entanto, está decidido a dizer e a fazer algo bem diferente daquilo que nossas oligarquias e o sistema desejam. O povo quer ser livre, quer ter direitos sociais e políticos muito além das fantasias liberais das democracias representativas ao estilo dos Estados Unidos, em que o verdadeiro poder não está concentrado nas instituições definidas por sua Carta Constitucional, mas, nos núcleos económico-financeiros que financiam e controlam a acção política do país.
É este o motivo pelo qual o Império, seja através de seus prepostos diretos, ou de seu complexo midiático, tudo faz para evitar que o povo brasileiro, a exemplo do que ocorre em vários países da América Latina, reforce a sua soberania e faça da liberdade algo mais concreto que simples palavras em belos preâmbulos constitucionais.
A luta foi e é árdua, pois, uma das tácticas, é tentar convencer a maioria da população que deve pensar como as elites, «como todo mundo», criando uma sensação de unanimidade. Outrora, dessa forma, as elites puderam sempre se colocar como os reais e lídimos representantes da vontade nacional, arrogando-se o direito de dirigir o processo eleitoral brasileiro. Foi desse modo que conseguiram fazer com que o famoso "Consenso de Washington", o neoliberalismo e a globalização se transformassem em "verdades" irrefutáveis e imutáveis e ato contínuo, emplacaram um presidente em 1994, Fernando Henrique Cardoso, que por oito anos executou a política decidida em Washington e Wall Street.
Em 2002, há uma grande novidade: o povo escolhe para presidente um torneiro mecânico, Luiz Inácio Lula da Silva, com largo passado de lutas sindicais, principal responsável pela fundação do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Em 2006, o Presidente Lula é reeleito, apesar da fortíssima campanha dos meios de comunicação contra ele e seu partido.
Nesse segundo mandato, o Presidente Lula continuou sob o fogo de barragem da mídia que fingia não haver nenhum progresso no país, embora os números e a realidade dissessem o contrário. Mas os altos índices de aprovação popular de sua administração davam conta de que o povo estava imune às manipulações midiáticas. O êxito internacional do governo Lula torna-se impossível de ser desconhecido internamente, até porque se intensifica o uso da internet, com seus blogs, sítios de informação e análises, como substitutos da mídia tradicional.
A grande mídia brasileira prossegue em sua saga servil aos interesses imperialistas e das oligarquias, esmerando-se em desqualificar palavras e princípios políticos e éticos como o nacionalismo, a soberania, a solidariedade, a paz, a integração regional e a fraternidade entre os povos. Estão a demonstrar continuadamente que seus fundamentos e bases morais estão consagrados à uma ordem económica e política subordinada aos interesses de quem detém a hegemonia do sistema.
Desse modo, já se vê claramente que a árdua e duríssima luta em defesa da Petrobrás e do PetroSal pelo Governo Lula irritou sobremodo os interesses das elites e do império. Para o império e os vende pátrias brasileiros o total domínio de nossas riquezas naturais e minerais é de suma importância para garantir certa sobrevida ao moribundo sistema capitalista que vive momentos de crise estrutural gravíssimos.
D'aí a campanha de baixarias, calúnias, difamações e mentiras que foram desenvolvidas contra a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, na insana procura por uma mudança no que já se sabia ser a maioria da vontade dos brasileiros. Toda a grande mídia brasileira numa orquestração diabólica com institutos de pesquisa, ainda está tentando desesperadamente interferir no processo eleitoral para desfavorecer Dilma Rousseff.
D'aí a campanha de baixarias, calúnias, difamações e mentiras que foram desenvolvidas contra a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, na insana procura por uma mudança no que já se sabia ser a maioria da vontade dos brasileiros. Toda a grande mídia brasileira numa orquestração diabólica com institutos de pesquisa, ainda está tentando desesperadamente interferir no processo eleitoral para desfavorecer Dilma Rousseff.
Junto a esse quadro surgiu um bombardeio de emails e documentos falsos pela internet num verdadeiro bombardeio de intrigas, desqualificação e ofensas morais à candidata do Partido dos Trabalhadores. Tudo indica que foi em vão, pois, Dilma ainda tem a preferência da maioria.
É, pois, neste panorama que o brasileiro vai votar. Um voto que além dos valores específicos da realidade nacional, virá com o desafio de ter que contrariar toda a parafernália comunicacional do império e de seus aliados internos.
Votar em Dilma Rousseff é garantir um Brasil para os brasileiros e reforçar a unidade da América do Sul (UNASUL) e da América Latina(CALC). Uma unidade que significará desenvolvimento, paz e prosperidade para todos.
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Pedro Ayres
Jornalista e autor do blogue Crónicas e Criticas da América Latina
1 comentário:
Caro Agry
Muito bom esse texto postado.
Dilma Rousseff foi para o segundo turno debaixo de uma campanha midiática e internáutica de calúnias absurdas.Padres e pastores em todo o Brasil estão fazendo uma sinistra campanha contra ela acusando-a de ser favorável ao aborto e à união civil de homossexuais, que aliás já é legal no Brasil desde 1988.
Qunto ao aborto, ela apenas declarou que era contra criminalizar as mulheres que o praticaram. O suficiente para que a direita aproveitasse para através das igrejas fazer toda uma campanha negativa sobre a candidata do Partido dos Trabalhadores.
Na campanha nesse segundo turno, espera-se uma intensa guerra psicológica.
Acompanhe as nossas agruras pelos blogs especializados em política brasileira:
Vi o mundo, Conversa Afiada,Tijolaço.com,Luis Nassif e Cidadania.com.
Um grande abraço.
Maria Lucia
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