Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

IDEOLOGIA DO CONSENSO (17)

A QUESTÃO DO PODER (continuação)


A reforçar importa recordar que ainda existe um sector que questiona:
Porquê votar, se o governo e a maioria que o sustenta afirma que algumas decisões são impostas pelo troika, pelos credores e pela CE? Estamos assim perante a deslegitimação da democracia, de consequências mais ou menos imprevisíveis, que nos permitem recear o recurso a formas de neofascismo suave e que surgem como o corolário duma certa permeabilização ideológica a interesses contrários aos do cidadão comum.
Estamos assim perante uma tentativa de substituir a luta política por uma cultura do consenso: “pretende-se que não haja já direita nem esquerda, que não haja já cidadãos, mas apenas consumidores mais ou menos ricos”(Samir Amin).
As campanhas eleitorais em nada contribuem para o esclarecimento ou apresentação de alternativas a um eleitorado afastado da margem esquerda das ideologias, isto é,
os sectores mais progressistas não têm sabido encontrar o antípoda para a manipulação permanente e endémica de que é alvo a população mais fragilizada cultural e economicamente.
O exercício do Poder reduz-se a um simulacro de democracia. A farsa eleitoral produz um parlamento “esgoto” impotente, com o governo (e a maioria que o sustenta) como único responsável frente à Troika e ao consequente austerecídio. Cinicamente, a farsa democrática insiste no respeito ao direito de protestar, ao direito à greve com o pressuposto de não pôr em questão o poder supremo do capital.
CONTINUA

2 comentários:

AGRY disse...

Obrigado pela visita, irei retribui-la

Agry

mariam [Maria Martins] disse...

... passei para desejar um Feliz 2016!
beijinhos e saudades da poesia aí ao lado :)
mariam