IDEOLOGIA DO CONSENSO (17)
A QUESTÃO DO PODER (continuação)
A reforçar importa recordar que ainda
existe um sector que questiona:
Porquê votar, se o governo e a maioria que
o sustenta afirma que algumas decisões são impostas pelo troika, pelos credores
e pela CE? Estamos assim perante a deslegitimação da democracia, de
consequências mais ou menos imprevisíveis, que nos permitem recear o recurso a formas de neofascismo suave e
que surgem como o corolário duma certa
permeabilização ideológica a interesses contrários aos do cidadão comum.
Estamos
assim perante uma tentativa de substituir a luta política por uma cultura do
consenso: “pretende-se que não haja já direita nem
esquerda, que não haja já cidadãos, mas apenas consumidores mais ou menos ricos”(Samir
Amin).
As campanhas eleitorais em nada contribuem para o
esclarecimento ou apresentação de alternativas a um eleitorado afastado da
margem esquerda das ideologias, isto é,
os sectores mais progressistas não têm sabido
encontrar o antípoda para a manipulação permanente e endémica de que é alvo a
população mais fragilizada cultural e economicamente.
O exercício do Poder reduz-se a um
simulacro de democracia. A farsa eleitoral produz um parlamento “esgoto”
impotente, com o governo (e a maioria que o sustenta) como único responsável
frente à Troika e ao consequente austerecídio. Cinicamente, a farsa democrática
insiste no respeito ao direito de protestar, ao direito à greve com o pressuposto
de não pôr em questão o poder supremo do capital.
CONTINUA
2 comentários:
Obrigado pela visita, irei retribui-la
Agry
... passei para desejar um Feliz 2016!
beijinhos e saudades da poesia aí ao lado :)
mariam
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