Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O TRAÇO IDENTIFICADOR DE UMA CULTURA RELACIONADA COM A IDEOLOGIA.


A crise da esquerda decorre da crise da direita, porque ambas são complementares. E poucas vozes, na Europa, de um e de outro lado, conseguiram abandonar as concepções ultrapassadas do mundo, de que são dramaticamente prisioneiras. Veja-se a ambiguidade do Tratado de Lisboa, e a astenia política dos seus antagonistas. O capitalismo sai largamente beneficiado, e a Europa dos "valores", da solidariedade nas diversidades culturais, da justiça e da democracia é severamente sovada. Esta civilização universal do acordo e do consenso não passa de ficção.
O "realismo" político da esquerda tem sido o do cumprimento das regras, sem contrariar o domínio do capitalismo global, cada vez mais selvático. A esquerda tem, somente, tentado salvar a mobília com que ataviou a sua história, aceitando, como mal menor, as imposições do "mercado". As "imagens" (cinematográficas ou literárias) de que fala lucidamente João Lopes, previnem-nos sobre o mais avassalador empreendimento anti-social de que há conhecimento - e aconselham-nos a agir. Como? A esquerda não ensina porque não sabe.

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