A PROPÓSITO DO SISMO SOCIAL DE 5 DE FEVEREIRO
As élites, dispostas a manter o poder e os privilégios, refugiam-se numa espécie de arqueologia
politica escavada no léxico do neo-liberalismo e no velho conceito platónico de democracia excludente.
Nos Estados Unidos ou em Moçambique, é preciso, é urgente, é imperioso defender os direitos das populações trabalhadoras.
A imunodeficiência politico-cultural transmitida pelo vírus do neo-liberalismo, não tem cessado a sua propagação pelo corpo social de sociedades mergulhadas, há séculos, na mais abjecta exploração.
O alerta sobre a mudança de bandeiras, estandarte de revolucionários como Amilcar Cabral, foi abafado e adulterado pela ambição de uns poucos.
Em nome da modernização (leia-se do capitalismo) os novos Poderes e as classes que os rodeiam, ou lhe prestam vassalagem, apropriam-se da linguagem e do raciocínio da esquerda para recuperar quem a critica.
Como afirmei algures, a direita é conservadora, é retrógada. A direita é como os insectos: sai mais forte quanto mais fortes são as doses de DDT que lhes aplicam.
Os teóricos e os defensores do regimes anti-populares,
nem sequer ousam recusar as suas origens ideológicas. Quando se sentem encurralados, em nome de uma certa liberdade, de uma espécie de liberdade formal que permite institucionalizar a exploração dos homens por outros homens, por vezes utilizam os seus jornais e os seus jornalistas para emboscar os leitores com ideias e palavras capturadas à esquerda.
A vitimização, o fim das ideologias e os contorcionismos epistemológicos são a terapêutica de choque utilizada por grupos blindados ante os sismos sociais, para usar uma excelente síntese vocabular produzida por Carlos Serra, autor do Diário de um Sociólogo, quando dos acontecimentos de 5 de Fevereiro no Maputo
3 comentários:
O que são chapas? :(
Ora bem, são transportes semi-colectivos que iniciaram "a caminhada" cobrando 100MT
Obrigado. Não sabia ao certo. Apenas deduzia! :)
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