Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A PROPÓSITO DO SISMO SOCIAL DE 5 DE FEVEREIRO


As élites, dispostas a manter o poder e os privilégios, refugiam-se numa espécie de arqueologia
politica escavada no léxico do neo-liberalismo e no velho conceito platónico de democracia excludente.
Nos Estados Unidos ou em Moçambique, é preciso, é urgente, é imperioso defender os direitos das populações trabalhadoras.
A imunodeficiência politico-cultural transmitida pelo vírus do neo-liberalismo, não tem cessado a sua propagação pelo corpo social de sociedades mergulhadas, há séculos, na mais abjecta exploração.
O alerta sobre a mudança de bandeiras, estandarte de revolucionários como Amilcar Cabral, foi abafado e adulterado pela ambição de uns poucos.
Em nome da modernização (leia-se do capitalismo) os novos Poderes e as classes que os rodeiam, ou lhe prestam vassalagem, apropriam-se da linguagem e do raciocínio da esquerda para recuperar quem a critica.
Como afirmei algures, a direita é conservadora, é retrógada. A direita é como os insectos: sai mais forte quanto mais fortes são as doses de DDT que lhes aplicam.
Os teóricos e os defensores do regimes anti-populares,
nem sequer ousam recusar as suas origens ideológicas. Quando se sentem encurralados, em nome de uma certa liberdade, de uma espécie de liberdade formal que permite institucionalizar a exploração dos homens por outros homens, por vezes utilizam os seus jornais e os seus jornalistas para emboscar os leitores com ideias e palavras capturadas à esquerda.
A vitimização, o fim das ideologias e os contorcionismos epistemológicos são a terapêutica de choque utilizada por grupos blindados ante os sismos sociais, para usar uma excelente síntese vocabular produzida por Carlos Serra, autor do Diário de um Sociólogo, quando dos acontecimentos de 5 de Fevereiro no Maputo

3 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O que são chapas? :(

AGRY disse...

Ora bem, são transportes semi-colectivos que iniciaram "a caminhada" cobrando 100MT

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Obrigado. Não sabia ao certo. Apenas deduzia! :)