Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

sábado, 22 de março de 2008

RACISMO GANHA FORÇA EM ISRAEL

Três em cada quatro cidadãos judeus israelitas não estão dispostos a morar no mesmo prédio com um vizinho árabe e mais de dois terços dos estudantes do ensino secundário acham que os árabes "não são inteligentes". O clima de "legitimação do racismo" criado pelos líderes políticos israelitas é apontado como uma das principais causas do aumento das manifestações racistas no último ano, de acordo com o relatório da Mossawa, uma ONG israelita.
As manifestações de racismo na sociedade israelita tornaram-se mais frequentes no último ano, revela um relatório divulgado pela Mossawa, uma Organização Não Governamental (ONG) que defende os direitos dos cidadãos árabes em Israel, que representam 20% da população do país.

De acordo com a sondagem da Associação pelos Direitos Civis mencionada no relatório, 75% dos cidadãos judeus israelitas não estão dispostos a morar no mesmo prédio com um vizinho árabe e 61% não receberiam uma visita de árabes em sua casa. O estudo também indica que 55% defendem a separação entre judeus e árabes nos locais de lazer e 69% dos estudantes secundários acham que os árabes "não são inteligentes".

O agravamento do conflito entre israelitas e palestinianos é uma das principais causas apontadas para o aumento das atitudes racistas. Mas não é a única. O documento destaca também o papel de líderes políticos no incitamento contra os cidadãos árabes.

O político mais citado é Avigdor Liberman, líder do partido de direita Israel Beiteinu e ex-ministro para os Assuntos Estratégicos. "Os árabes israelitas são um problema ainda maior do que os palestinianos e a separação entre os dois povos deverá incluir também os árabes de Israel... por mim eles podem pegar a baklawa (doce árabe típico) deles e ir para o inferno", afirmou.

Outro deputado citado é Yehiel Hazan, do partido Likud, que chamou aos árabes "vermes". O actual ministro da Habitação e Construção, Zeev Boim, do partido Kadima, disse que o "terrorismo islâmico poderia ter razões genéticas". As declarações do deputado do partido de direita Ihud Leumi, Efi Eitam, também não deixam dúvidas. «Eles (os cidadãos árabes) são uma quinta coluna, traidores, não podemos permitir a permanência dessa presença hostil nas instituições de Israel», declarou

Segundo a Mossawa, as autoridades israelitas não aplicam as leis anti-racismo existentes no país, criando uma situação de impunidade na maioria dos casos em que essas leis são violadas. Figuras públicas que manifestam posições racistas continuam nos respectivos cargos sem que haja qualquer tipo de investigação contra elas, aponta o relatório.

No mesmo dia da publicação do relatório da Mossawa, a imprensa israelita publicou um decreto do rabino Dov Lior, dos colonatos de Hebron e Kiriat Arba, proibindo os seus seguidores de alugar casas a árabes ou de empregar funcionários árabes.

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