Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 21 de junho de 2009

A PROPÓSITO DUM CERTO DESCONFORTO PROVOCADO PELA ESQUERDA EM PORTUGAL

“Uma das características da esquerda em qualquer parte do mundo é sua tendência à atomização. Cada organização de esquerda costuma acreditar que possui a verdade revelada e que tem que lutar contra as outras organizações. E isso é visto como uma questão de princípio, capaz de fazer correr sangue. Então, para juntar a gente de esquerda, é horrível, em qualquer parte do mundo. É bom ter uma humildade de carácter estratégico diante dos compromissos que temos pela frente, que não são exactamente singelos, do tipo daqueles que autorizam a arrogância e a soberba como métodos de conduta. Outro problema que precisamos resolver é que a esquerda tem o mau hábito de crescer e perder de vista o pensamento estratégico, ficando imersa em movimentos tácticos de curto prazo, perdendo a capacidade de pensar.
Precisamos ter a inteligência de superar nossas pequenezas e nosso chauvinismo ou então não vamos fazer nada. Se esses vícios continuarem, estamos fritos. Uma última coisa: como militantes, precisamos nos lembrar que as credenciais também envelhecem e devem ser constantemente renovadas. Cada conjuntura histórica exige que elas sejam renovadas. Não há nenhuma garantia de nada. Por isso, é importante olhar o passado, mas também é preciso perder o respeito. É preciso haver novos partos, é preciso vir gente nova”. (excertos de entrevista O ex-líder guerrilheiro tupac amaru e actual senador, José “Pepe” Mujica) , já publicado por nós aqui
APOSTILA: Leia aqui , aqui e aqui

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Agry
Mujica analisa com muita precisão esse gravíssimo e generalizado problema da atomização das esquerdas.
Parece até que hoje os partidos de esquerda estão deixando de ser a esquerda e os movimentos populares é que estão conduzindo os processos revolucionários mais consequentes,como ocorreu na Venezuela e mais recentemente na Bolívia e no Equador.
No caso venezuelano,a criação do PSUV parece contar com um inovador trabalho de formação teórica e de educação política para evitar que se reproduzam os vícios e erros da partidocracia.
Vale a pena assistir aos vídeos dos dois programas "Alô Presidente Teórico", que foram ao ar,nas duas últimas quinta-feiras,e que se encontram no site da Venezolana de Televisión.
Considero que blogs como o seu Agry têm um importante papel no fortalecimento e integração das esquerdas,já que trazem informações e reflexões críticas imprescindíveis à elevação do gráu de consciência política de todos que queremos participar da construção do socialismo em nossos países e em todo o mundo.
Um grande abraço
Maria Lucia

AGRY disse...

Maria Lúcia, grande ausente!
Faz tempo que não tinha o prazer (sempre enorme) de a ler, aqui ou noutro espaço.
Amanhã poderei responder-lhe com outra disponibilidade, me permite?
Outro abraço…muito grande
Agry

AGRY disse...

Maria Lúcia
Se me quiser facultar o seu endereço electrónico,eu ficaria feliz.
O meu é agrywhite@gmail.com
Grande abraço