Nós, da CONCP, queremos que nos nossos países martirizados durante séculos, humilhados, insultados, nunca possa reinar o insulto, e que nunca mais os nossos povos sejam explorados, não só pelos imperialistas, não só pelos europeus, não só pelas pessoas de pele branca, porque não confundimos a exploração ou os factores de exploração com a cor da pele dos homens; não queremos mais a exploração no nosso país, mesmo feita por negros. Lutamos para construir, nos nossos países, em Angola, em Moçambique, na Guiné, nas Ilhas de Cabo Verde, em S. Tomé, uma vida de felicidade, uma vida onde cada homem respeitará todos os homens, onde a disciplina não será imposta, onde não faltará o trabalho a ninguém, onde os salários serão justos, onde cada um terá o direito a tudo o que o homem construiu, criou para a felicidade dos homens. É para isso que lutamos. Se não o conseguirmos, teremos faltado aos nossos deveres, não atingiremos o objectivo da nossa luta”. AMILCAR CABRAL

domingo, 28 de dezembro de 2008

BOMBARDEAMENTOS ISRAELITAS CONTRA GAZA

O que ocorre em Gaza é um massacre, um genocídio, um crime contra a humanidade. A comunidade internacional pede(?) o fim das hostilidades, mas Israel avisa que continuará a ofensiva pelo tempo “que for necessário”. Esta arrogância só é possível porque conta com a cumplicidade da comunidade internacional, dos EUA em particular, e dos média ,como afirma Uri Avnery: A imprensa, hoje, é cachorrinho-de-madame, que procura a coleira e a traz nos dentes, para a entregar à patroa.
Apesar do estertor do moribundo governo de Bush, Condoleezza Rice surge em cena para apoiar, pela nésima vez, um dos mais execráveis e sanguinários regimes de toda a história da humanidade:“Os EUA condenam firmemente os ataques repetidos, com ‘rockets’ e morteiros contra Israel e responsabilizam o Hamas pela violação do cessar-fogo e o reinício da violência em Gaza”, declarou Condoleezza Rice, que se escusou a pedir o fim das operações militares israelitas”

A ocupação da Palestina tem por fundamento uma ideologia do século XIX que nega a existência de um povo. No dia de hoje os palestinianos continuam a não dispor de Estado, nem de forças armadas. Nossos ocupantes submetem-nos a toque de recolher, expulsões, demolições de casas, tortura legalizada e toda uma panóplia altamente elaborada de violações de direitos do homem. Os medias americanos chamam "terrorismo" à nossa busca de liberdade, assim o palestiniano preenche o papel do protótipo internacional do terrorista.Como é possível que a palavra "terrorismo" seja aplicada tão à vontade aos indivíduos ou aos grupos que utilizam bombas artesanais e não aos Estados que empregam a arma nuclear e outras armas proibidas assegurando a dominação do opressor? "terrorismo" é um termo político de que se serve o colonizador para desacreditar aqueles que resistem — do mesmo modo que os afrikaaners e os nazis qualificavam de "terroristas" os combatentes negros sul-africanos e os resistentes franceses.
As leis internacionais e os precedentes históricos de numerosas nações reconhecem o direito de uma população, quando elas se encontra sob o jugo de uma opressão colonial, a tomar armas na sua luta de libertação.Por que a situação seria diferente no caso dos palestinianos? Não é este o ponto de vista de uma regra do direito internacional e portanto de aplicação universal?
Por que deveríamos nós abandonar nossos direitos a resistir e a continuar a viver no reino do absurdo assassino?
A resistência é não é só um direito e um dever como também um remédio para os oprimidos. (síntese de um texto de Samah Jabr(1) publicado originalmente em The Washington Report on Middle East Affairs)
(1)Samah Jabr é uma médica palestiniana que vive na Jerusalém ocupada. Recebeu o prémio do Media Monitor's Network pela sua contribuição sobre a Intifada e alguns dos seus artigos foram publicados no International Herald Tribune, Philadephia Inquirer,Haaretz, Australian Options, The New Internationalists e outras publicações.
Pode ler aqui, aqui, aqui e também aqui. A Imagem foi retirada daqui

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